sábado, 4 de dezembro de 2010

NO ÂMBAR DA MINHA ESCRITA



A minha escrita escapa-se do meu lado para o outro, sob os meus dedos, onde flutua uma constelação de palavras com labaredas a mergulhar, no teu rosto rápido e atento.
As minhas palavras tocam cada silêncio teu. A minha loucura é um alimento que te fala durante o sono, de um canto fundo e claro que se funde nos meus dedos, que escrevem.
Na testa fervente, cerrada á volta da escrita, as tuas mãos enxutas de labaredas sustentam um nu abismo, a (minha) constelação que palpita na tua imagem de raízes carnais. Onde desemboca em voz alta o meu fôlego, completamente vivo.
O braço num rasgão de ar, convulso, na mão que ateia a escrita( de carne rude)
Os olhos diamantes, os pensamentos torcidos em garras.Baixas. Amantes!...
As palavras são fogo, nus meus braços, numa selva implantada no meio da minha mente, estancada entre o meu sexo, o fundo da noite, e um buraco forte. Num pensar. Meu!...
O fogo da minha escrita, arrasta serpente, feroz e impaciente. Aberto, descoberto. No centro, por fora de uma paisagem, por onde eu escrevo tão depressa...

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

CALDEADA NA LABAREDA


[ ao Jota ]





A realidade, é o sonho, povoado de delícias que o despertar extingue...
Delicado é, o aroma do teu perfume.
Vou contigo, a teu lado, nessa tua marcha incerta, pancada, a, pancada, a , caminho da nossa, eternidade,( secretamente). Em ti. Na seiva lenta, batendo, contra , u sangue. Ulmos, em silêncio...
( dois mais dois mais dois são dois unos nus dois )
Penso-te!... Pensas-me...! A toda a velocidade. Na imaginação rouca. Numa flexão potente, vouga. Tu, dentros, nos meus sonhos. Nos enigmas que seguem, inscritos no teu pénis encoberto, na nua ardência , se queimam, sorrindo, nos meus vaginais. Derradeiros, clarões , que aperto, contra, quando, te, me , consomem !
Contemplam poéticamente. O tu. Virgula. Nu ponto.Tu. Duro. Pronto. Sensível, louco, louco. Eu. Em sub. Missão, dum animal botânica. Espádua. Ciclo com ciclo. Nos átomos, nus, que nos invadem. Para, todos os, nus, lados. Por todos os lados. Em mim todo o teu fogo... e para fora uma poça é expelida pela noite profunda, truculenta.
Beija-me...!
( os quadris até ás pontas )
Eleva-me, nu sangue, negro, lento e, quente!...
Leva-me, contigo no beijo. Cheio, foi, tesão, que nos abotoa juntos, no amor, de quem te ama.
(Segredo)
De quem me ama.
Eu!... Tu...!
Impossivel. Diz-me a tua alma, nos restos emurecidos que agora revestem o tesão.
E como dois astros, rodamos a volta, numa doce dormência, nos rostos, aluados, quentes e, suados , batendo de novo, a loucura, em nome de um opaco, por nós derramado,num extase, ou simplemente a vulva, que ainda suspende a haste, aureamente inteira...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Submissão



Encontrei em mim um dia um animal adormecido que me violou ferozmente a candura.Encontrei em mim um lugar onde penso campos inspirados no fogo que me bate nas palmas das mãos.
Encontro-me agora num poema...
A submissão é um tema consumido ou consumado por actos ou saídas altas entradas altas saídas baixas entradas baixas. Movimentos onde se desmata um sitío excepcional, fértil por si mesmo.
Submissa a mão que escreve e os poderes nela difundida.
Talvez seja uma força em movimento, por cima ou talvez se abisme num único núcleo central.
Geralmente a mulher não fala e o sexo exposto é o masculino, entreposto a uma visão feroz e fechada.
A submissão toca em baixo no silêncio sem pelo pudor bloqueda.Bate, pensa, verde, sentada, cega,mexendo, bate,verde,pensa, soando...
A minha submissão também é assim.Arguta e fácil de entender, claro está, aos demais que ousam a ela se submeter.

NU PÍFARO!...



[ ao Jota ]

Bojudo e vermelho barro, como cântaro, longo, um pífaro sustenta-me, num único pilar.
É uma inteligência exterior que,renasce, abrindo, no espaço um halo.
Na minha, courela, sorvo o silêncio latejante, um ambiente esbraseado. As sombras, nuas, pelo meu corpo caminham e em mim se esvaem, numa eriçada de silvas, ociosas e vadias.
O ar gira, explode, no ar arqueado, no teu rosto rápido.
As mãos, no pénis, num poema, na cama em mim cravado:
O orgasmo está perto!
Arde-me o teu poente em chamas.
Arde a cegueira!
Arde, na imaginação, tesão, a ideia!
Arde em mim o ar afável da tua lança. E... a traqueia[minha] irrompe um som, ardente árduo e agudo.
A boca anoitece quente, no teu, duro e potente orgasmo!

OUTUBRO


Os derradeiros clarões de Setembro, somem-se nu crespúsculo dum novo mês.

Outubro é um livro feroz, predominante, nus castos delírios.

O teu sexo suposto, está masculino. Desdobrado. Vingativo e transacto. A dita, é morte, e por vezes chega ao meio dia, numa revoada animalesca. Ventosa. Chuvosa.Expelida pelas águas sussurrantes. Na ventania que nus cega a coada.

Outubro, do repouso grande, Zig-zags ebriosos raios de sol, que nus aparecem, desaparece em sonhos azuis... nas rendilhadas nuvens, sob, um poético impulso...

Meus ecos, teus amantes, no teu silêncio.

Rios e vales guardardos no meu sangue e carne, os olhos duros, erectos, das, tuas cinzas oliveiras, que o horizonte iluminam, e onde os campos parecem vastos e, os caminhos mais ermos. Ardúos e frios, plenos como as tuas noites enormes, inacabadas...

Quebram-se palavras, u teu cristal, em fulminates paixões, carregadas de avassaladores desejos de mútua posse. Sei que me amas pela força das tuas luas, pela rotação que o meu mundo faz rodar, no roçar ardente do olhar em brasa, pela lua, dessedenta, que delira e vê nas minhas palavras, faces expressiva dum coito, com o anus Setembro, que tudo disseca e nada do que é frase respeita, na largura do mês ardente...

Outubro é uma vista oblícula das coisas que murmuram e que em ventos nos desarrumam as ideias. Nu abalo da escrita, a morte do Verão é uma miragem, desmoronada.

domingo, 19 de setembro de 2010

NAS VEIAS DA GARGANTA



Entrou-me o teu livro a dentro. É fácil, imaginar a precipitação com que sobre ele eu toda me inclinei. Abri-o. Devorei-o!

Acendi-me num céu, apaguei nele o meu olhar, sentada, nua, nu incêndio, nas regiões osfuscantes. Maduras. Ferozes...

E de um único hausto, o bebi todo, num travo, que o teu talento é poeta, malicioso, de ideais perversos, em mim totalmente, no agora, submersos...

A nossa carne, única. Vibra, o tesão de baixo para cima. Nas embocaduras. Furiosas. Que crepitam.

És clarão, nas minhas pupilas, deslumbradas, no abrasar liríco dum pénis, no agora imensamente soldado á vagina estérica, em delírios de fêmea.

O esperma libertado [o teu que transborda no meu] evolou-se para as regiões em torno da pancada. Como um animal por mim escorre, passa, e por fim morre. E eu, durmo, com ele luzindo no cantaro da minha profunda boca...

ESCALDANTE? VULCÂNICO



Um vulcão, levanta-se, no céu[da boca], o seu fogo brilha no fundo dos lábios...
Sobem...
Descem...
Tecidos calcinando, línguas e dedos. Abraço, até á bolsa, com a lua, crua, toda no centro!
Sobre a fronte, os seios em leque, nas tuas mãos, de Deus, onde o guerreiro faz-se crescer na flora.Igneamente muscular, nas púrpuras vezes, no calor túmido de um desejo.
É aqui, em mim, a tua casa: dentro!

sábado, 4 de setembro de 2010

QUEIMA-ME A NOITE




Brindo á lua que se despe devagar, em páginas desconhecidas. Na tela do infinito a tempestade é iminente. Tu e eu. Deitamo-nos. Numa luta de elementos. Levantamo-nos. Sons e clarões. Na colina enorme, onde o teu corpo canta na minha boca. Dura e quente. Sons. Tesões, que se entrecruzam produzindo um espetáculo sublime. Num amar subterrâneo enorme e cego.O ar fresco, torna-se abafado, nos colossais nimbus, na carreira vertiginosa da tua boca para onde todas as correntes atmosfericas se dirigem.as palavras

[Escolho enloquecer nos corredores, arqueados , em dedicatória ao circulo ardente]

Momento final, extraordinário, clarão profuso, é seguido do ribombar tremente dos, nossos corpos, que ilumina a linha poente onde o tesão foi por nós acentuado, onde eu grito essa virgula, completamente rendida, nesse martelo louco.Tão carnal.Quente. Do mundo anal.

O prazer é Deus que repercute por todos os nossos ecos incomensurávelmente...

Fôlego e Escrita



Tépida tarde de Setembro,

Ás palavras o sexo deixo discorrer, nas nuas fontes. O pensamento. Nas passadas ofegantes, pensa cego, rosto contra... a frescura duma meiga visão. Verga. Serena. Que se escancara ao meu sol, ardendo. Ardente. Num supremo amadurecimento. Tu!...

Tanto. Quero. Exijo. Desejo ser possuida num fulgurante galope. Teu. Desenfreado. Daqueles, onde, sou escrava. Nua. Uma caverna no teu mundo árduo em desejo.

Lançar-me a ti como um dardo, sem mistérios púdicos, delirar contigos nos enormes inóspitos campos de prazer. Escutar a olência sobre a grande boca. Húmida.

Como é sublime, nela eu morder-te, rasgar-te , lamber-te, moldando-te entre os seus dedos, que aos poucos, libertam-te, ou matam-te...

Teu sexo, eu vergo a meu gosto, e nele me embebo, nessa luz penetrante, ao meu puro capricho. Por dentro avançando, fundo tão tão fundo.

As púpilas entre o pénis da minha pele ... e a vagina da tua boca baixa. Quente. Entrançada a negro. Que engole. Amarrada em torno de um mastro, génio, animal, que sempre me espera nu abismo de um jorro incendiário. No membro , que, se derrama, e ascende ao mais alto poente, o sangue.

O sexo gira e explode em mim engarrafado...

Existe em ti um poema que eu anseio ter, um aroma que desejo possuir.

Agora!



Beijo

L.M.

domingo, 29 de agosto de 2010

Agosto



A gosto, o lábios que ergues correndo pela paisagem, a minha, externa, atravessada pelas noites onde a fruta faísca, olha Deus. Veloz. Em transe. Entrando em mim com se fosse uma bilha rítmica. Combustivel. Porque tudo o que é teu anda dentro, em mim, no movimento entre laços, em lugares. Respiradouros. Respirares. Na loucura negra . vibrando. No nosso, movimento, laço.

Agosto, entre o sal agudo da tua boca. Nu, duro, pénis, esse furo imaginário, vivo, onde eu vibro, devora-se em mim.

Na boca . Aberta, onde reflui o sangue, puro nó, tesão furioso, e fulcro. Ferrando o gancho. Vermelho. Gancho ferrando. Bravio. Nudez oculta. Floração, aquela cortina em brasa(minha), escondida, intíma, onde os teus olhares se devoram com maturação, onde te masturbas, entregando-me a tua alma.

Canta a alegria, na minha alegria, por dentro da grande falange masculina.

Juntos cantamos eternidade lavrada sobre o sexo.

Só tenho mãos.Tu um arpão. O eixo, que faz a translação, directamente, das profundezas do tesão. Da martelada leve que inspira a carne, peniana, absorvida...

Ah...! O gosto da pelvis. Tão a gosto. Impregando, tremendo, onde te desfazes,em partes do meu espanto. Guloso. Monstruoso. Minado pelo movimento, da boca sensível onde,

Respiro.

Suspiro


[ Agosto mês forte, envolto numa rola em brasa...
E digo-te, vejo o teu pensamento morredo na escarpa veemente desta minha ilusão ou simplesmente... tesão]


*foto retirada da net

sábado, 28 de agosto de 2010

Correspondência II [entre a Rosa Genital e o Pénis Astro]


[ No luar do meu riso dilui-se um orgasmo em astros ]




Escrevo-te, da vastidão dos meus horizontes, dos confins da imaginação, onde habita e se acendem todos os teções numa manhã clara, onde o vento lateja um doce trinado, no meu sangue quente, que pulsa na ansia, no cérebro, que em ti pensa, sôfregos pensamentos, insaciáveis...
Arde em mim os ecos dum sonho álgido. Os teus olhos ácidos, emergem luas, fatais.
Que o tesão nunca entre nós esfrie. Faça-se sensual uma treva leve, danças carnais, altos nos traços, chuvas estreitas e atrevidas. A agitação chamo para dentro de mim. Sonho ser tudo o que em ti desejo e o meu mundo ao sonha-te, é diferente, se transforma. Te transforma. Nos frutos da saliva, tu me apeteces, na nudez farta, um deserto ferve , onde te lanças, sempre atento, sequioso, erecto, palpitante. Corre-me o ardor, o teu sangue pelo meu espaço, como uma garra de ferro, tão suave que nunca me doí rasgar-me toda em ti.
Sabe-me a tua boca á luz sôfrega dos dias.
É o meu entusiástico desejo, que te fala, que estala, rebenta-me em desejos que hão-de dar frutos, e eu deliro... numa estrada aberta, nas avenidas da minha escrita.Amo-te na orla de um desejo, o meu.

Beijos da sempre tua

Rosa Genital

*foto retirada da net

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Suor Numa Noite Quente De Verão


A boca acelera-se. Suor e sal, nas mãos que cobrem os seios. Suor e cio, nas mãos que rodam o clitóris, giram, rodam...
A tesa pele, confunde os vultos, em cada volta afundados, na luxuria dos dedos, lambidos, sugados, penetrando em tudo o que o corpo abre. Nos lábios que gritam, e nos desejos que exijem, nas coxas que apertam, e se abrem, fecham.
No pés que entrelaçam e nos quadris que amarram, prendem, nas dentadas do corpo de régio cio.
Não sinto pudor ao escrever as grossas e túmidas veias, que saltam da glande em ansia, do pénis, o mesmo que em mim mergulha, em compactas contracções, e que a vulva inteligentemente acompanha, num profundo tesão ardente.
E é um gozo senti-lo, sábio.
Arfante.
Ao ritmo, dos quadris.
Sorvendo a chama que brota dos nossos astros.
Sentir a medula na ponta do ventre, e os gemidos nela misturados.
Explodindo nos saltos do membro, cujo esperma, espreita em rugidos e profundos jactos, onde a noite me limita à cama...

Correspondência [entre a Rosa Genital e o Pénis Astro]


O meu tesão é uma bolha, entre as duas nadadoras velocíssimas.
Na mão, da mão, descem a rósea, nadando as duas como loucas, entre os varais nus do meu sal, sôfrego e tão profundo...
Escrevo-te num desossego, estrangulado, desta minha ansia que me lavra o sexo.
Escrevo-te do meu fogo.
Escrevo-te porque gosto do sabor, incomparável do charco branco.
Imagino-te o rosto, extático debaixo do raio ardente, escondido em confins indolentes desta carta.
Estou perto de ti, e estou longe num pregaminho, secreto e imenso.
O que quero?
Somente o teu beijo, animal, perfeito e suave. Que nos meus lábios sabe a... fruto repousado... descascado... bravo, contendo tudo o que me é destinado a uma felicidade, inteira ...
Apaga-se a saudade, acende-se o desejo. Espiríto na fogueira, nele tudo ouso sem malicia, na alma. As colinas justapostas inclinam-se na embriaguez da mão, agora queimada.
Irei morrer imensamente, no terramoto arrastado, no céu da, nua, boca... nesse beijo selvagem...
Estalam-se os limbos, cúpulas de beijos, os lábios na grande aberta, encarnados.
Escancarados.
Rodeam-te...
O sussurro abre os olhos, nua a folhagem pálida, toda metida na voz, que é tua, esse grande sopro imóvel de esfera efémera...

beijo

Sempre tua

Rosa Genital

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Visões da PoetisaIII




O Astro na noite persegue, a Aurora num galope pelas mil ventas tremulas, incomparaveis...

Porque te quero. Quando te acaricio, na carne mutua de ambos, onde me sinto acariciada, sem me aperceber ao certo se não és tu que nessa mesma carne me acaricias, quando a minha mão pousa em ti, sobre ti ou em mim se pousa uma tua mão, se é que eu distingo, qual a tua, qual é a minha, e em qual de nós se encontra pousada.

O vaivém, constante, das nossas bocas jamais saciadas, e num momento deixa de doer-me quanto me doi quase constantemente a tua ausência...

Cada beijo nosso, é sempre, um beijo novo.

Uma, e outra vez, onde te dou por inteiro, onde me dás por inteiro, a primeira vez que um colhe no outro...

Jamais existiu em nós habituação, que um no outro, se habituasse.

Nus, o desejo permanente na atenuação inicial, que, o ardor sempre traz. A fruir, de perto, e extasiada, a alma, no sorrir de um tudo, o que vem de ti, em mim, no lençol que nos embala e nos mostra, o sorrir, de tudo o que existe de primário no nosso sangue, em que por igual, vivo como tu, numa revoada.

Não é uma união trivial a nossa, somos tão diferentes um do outro, e nos completamos, ao ponto de contigo me fundir. A ti de par em par oferecida, a ti me devassando até á mais recondida intimidade, a minha na tua, e com a lingua fixa amor , o peculiar sabor da minha boca, no teu peito, de mim no teu todo.

Oiço as quatro da madrugada, que caem no silêncio límpido, na superficie lisa do nosso lago, na mais profunda tranquilidade.

Do que pensei, te disse, por palavras, gestos ou no mais famintos olhares, onde te disse, onde te fiz, embebe-te, completamente, indelevelmente, para que quando eu morrer continue viva, e a ser a tua unica eternidade possivel e efectiva, o teu rio sem fim...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Visões da Poetisa

Por uma simples frase fresca de Verão fui, eu, mariposa, percorrer o fundo dos teus atalhos, num voo, sinuosamente amplo...





[ ao Jota ]



Encontrei em ti o homem, de aberto peito á loucura, erguido pela chama que canta sorvida pelo extase. Que magestade de imagem. Nas balsas marginais, a demência estremece nos meus braços que correm para ti sonambulos.
Beija-me?
Beijo-te!
Beijarias!?
Eu desejo-te, nas rodas exitadas, do teu céu ardido. Na tua devastação inteligente. Fabulosa.
Dá-me a tua mão. Pensativa, antiga, e queima-me com ela, ainda que só por um único instante, entre as faúlhas do fruto vulcão, que arde em mim rapidíssimo, lenitivo. Cantante.
É tão sublime poder ser o teu afecto intimo, infinito, no imenso vácuo do teu coração, no fluxo encantado do teu sangue profundo e fecundo.
A nossa treva, é a da carne batida, secretamente, doada ás intimidades . Onde as tempestades são eminentes, a luz, um elemento eletrico que nos clarifica os tesões.
Sou o teu Sal, a nua àgua salgada, que no membro reaparecido, acende-te a veia líquene. O amor total. O poema.
Gozo, contigo, a minha inocencia, apalpo as palavras por ti, aqui entornadas em soluços, e sussuros de prazer. Eu sou assim, eterna escoada de motivações, as tuas, num quente silêncio que te pensa. Que para ti escreve ardentes pensares na mudez aterradora das palavras...

Beijo da sempre tua,

L. M.

Incêndios


«Á beira de caminhos ingénuos, ateiam-se espaços, como girassóis, que nos ateiam á furia das nossas raizes, talvez invejosas de mim, porque em mim se encontram unidos poéticos incêncios.
Paixões osculam, devorantes, nas queimadas da vida onde a oculta seiva lateja, agil.
Onde a borboleta, num tesão, entusiasmado, geme volteando estonteamente as plantas, sofregas, que sorvem deslumbradas as poeiras ardentes e expansivas, atráz, em frente, á direita e a esquerda... da fina flor.Quente.
O vale é esteito e atraente, embora o desminta a nua realidade, lambuzada, pela amora,preta, minha, que sorve o silêncio esbraseado nu ambiente latejante. Abro-me toda a força da palavra incendiada, e do deslumbramento que me invade, nascem mil desvaneios, mil desejos...


[Nas minhas flores intímas, astros, a pairar constante existência perpétua, tu, a minha aventura, fogo no meu ver]

Na eriçada da memória, silvas, onde tão longe alcanso, o bafo que na relva queima , nu e frágil, que se quebra de repente, e á minha roda, existem cintilações e labaredas verdes.
A febre indecisa, que em coro por mim sobe, exitante, que se quebra no repante, como, numa queda a pique... e outra vez a subir... fluir... solene... majestosa... delicada e ao mesmo tempo ardilosamente tentadora. Calo-me. Cala-te. Cala-se tudo, tudo o que é convencional, ou falso, cala-se a nua natureza de comoção e assombro. A febre, é sempre a mesma. O apelo é o mesmo.
A minha vida é um incêndio.»

domingo, 4 de julho de 2010

Inocência



Entre o céu e o inferno, o poeta, a inocência, fazem parte da mesma aparição, incessante onde os medos envelhecem e os sexos caminham de mãos dadas. Entrelaçadas. Coladas. vibrantes. Em submissão. Névoa sensível. Poemas e astros, nas mãos. Palavras. Somos. Cimento. Palavras, na grandeza do sonhar .
È tão fácil, sermos seduzidos, por figuras olvidadas e possuidoras de uma vivencia terrivelmente, dramática. Procuramos sempre não cair nesse erro, inocente...

sábado, 3 de julho de 2010

CoraÇão



O movimento entre laços,no sangue, abismado, nu lume das linhas, se cose.
Onde uma lima faísca, entre as ilhas do meu proprio corpo, onde o astro é somente uma queimadura, um incêndio, algures, uma ilha, na rapidez das formas. Aceso completamente.
Ataca-me. Num lugar interno. Ata-me, em desvios florais de amores que dão á luz poemas, balsamos, deleites de mel, da minha sobre a tua, língua, encontro.
O fluxo dele se desenreda, árduo, árduo, numa bolha que rebenta alta na porta, no âmago!
Carne rude, coberta de poros a ligar-me entre os arquipélagos que, me unem, que são EU!
O ilhéu, se transborda na frase. Pintando o ar. Calcinado a vermelho, louco, louco como um gás rutilante, que bombeia Deus onde eu começo...

Junho



Junho, alva noite de primavera, aurora aberta. Mansa, num cálice de nectar tremulham tímidas asas do desejo. Alvo. O meu. Humano. O meu desejo. Desejando o nada do teu todo, arrancar de ti as portas do meu gozo. Movendo-me. Toda. Respiração toda que. Se alevanta de um sonho, com minucia e fervor.

Que Quente está o calor!

[Que transpire toda, que respire toda]

Junho, dos Deuses, onde as Deusas dançam a fonte, no toque profano, bem fundo, da dança. Vibração. Nos pontos de força, nos sítios culpados, onde eu vou buscar a minha inspiração. Timída. Sublimemente extasiada. Nas bermas ingénuas e acetinadas do sexo louco. Fosco. Alegreto. Garrudo . Sangrento.Uma alcateia de tesão. Raivosa. Se sente nela. Uma alcateia no tesão que se come nela.Rosaceamente!

Junho, poesia, que a poetisa dedilha na lira, nos seus suspiros quentes, ardentes, harpejando frases. Criando matérias. Orgânicas. Carnes .

Agradeço-te Junho, pelas letras humedecidas que brotam no jardim e libam as inspirações que eu sinto dentro de mim...

segunda-feira, 8 de março de 2010

... Mulher... Mulher...



Abro a gaveta, duas poesias numa manhã de Março, palavras esguias se despenharam na minha escrita.
O rosto é a eternidade visível do poema. Amo-te nos manuscritos conservados no meu sangue disperso.
Gemeu uma sanfona, nas ondas dos meus seios. Lendo-a ou comendo-a, perdes-te neste pequenino harmónio, onde a essencia é a estrada, atulhada na pressa faiscante.
O riso claro da boca preta, essa menina irrequieta. Sentida, tão intensamente nos fulcros do teu desejo.
Vejo o teu olhar neste texto, vejo-te aqui, a suster o tempo em espirais volúveis, desorientado.
Estou aqui na beira dos nossos lençois, magnetizada pela chamas da cadeira onde me sento, numa viagem onde percorro inalteravelmente os caminhos da nossa paixão.

Se eu levantasse, a mão, agora, do papel ela exploderia!

Vaga tremulina do teu olhar, que me prende, para todo o sempre, forte desde o fundo porque o tesão é uma visão hipnótica, um enxame de beijos ferozes, com um íman forte pelo meio.

O meu sonho é essa tua palavra quente,abraçada, ao meu extremo desafio interno.
Uma súlpica se contradiz na rósea completamente perdida...

*foto retirada da net

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Poema Carburante




Aqui estou eu em silêncio entre o golpe e a translação, interrompida pela metáfora num sentido puramente enigmático, onde o olhar é pensamento.
Reflexos nos longos largos, nos sítios onde o ouvir soa no escuro quando se toca. Entoação.
Oblícula a vista em mim sentida da coisa de torso fechado. Luas vermelhas entre a boca e o ânus onde o nosso tesão fez laços. Entre o meu e o teu e o teu e o meu as chamas explodem.
Bafo no rosto , boca com boca numa frase cheia de àgua no doce acre na testa negra. Abafos lentos nos interiores transmitem as formas. Queimadas no olhar, em pensamento, no ar que interrompe e atravessa as menbranas no quarto. Negras as colinas dos teus braços, que me cortam a órbita, num consumir em pedaços.
A labialdade é gramática, entre o teu folego e a minha escrita se desbravam cavernas de fundo...

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Carta ao Meu Outono Magoado



Entre aquilo que eu sou e que eu quero, existe uma enorma distancia magoada.
Me lembro...
Que me lembras o secreto silêncio, uma alvorada e no entanto nada mais é inocente,
que o meu sorriso na vaidade de te imaginar...
Nada mais é convincente, quando o sol desponta na placidez dessa minha madrugada...
Deixei-te lá atraz, hirto no tempo num poema, numa rima clássica transcrito em muitas palavras, como se fosse possivel existirem palavras para te descrever .
Seria como te limitar, em mim tu és ilimitado e em cada momento és a minha eternidade...
Com mansa voz me iludo de tristeza, são iras que aos poucos em matam no gume da crueza.
E aqui estou dentro do tempo, ao tempo acorrentada , aqui estou eu sofredora e apaixonada á volta, onde me espia a decisão em momentos de fero embaraço e muita desilusão...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Dentro de uma zona aberta pensa uma mão embriagada...




Eis duas cadeiras que ardiam nos seus lugares, rindo alto, tecendo-se dentro da minha ideia desvairada...
«...A razão louca, leve, de cor púrpura, reluzindo como uma alucinação que embriaga. Num lugar que transborda. Calcina. A fulguração enlaça-se no orgão macio, o espamo faz-se rodar. Sôfrego na sua potência cega de feixe orbital...»

*foto retirada da net

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

De Boca Bem Aberta



O fetiche envenena-me e alimenta tudo quanto me cega. Todas as palavras doem, quando abertas por fendas luminosas, onde os sexos se abrem, e se fecham de poro em poro. Comigo não é diferente.
É-me tão dificil por vezes poder gritar, com a boca toda dentro do remoinho cego, arrancado pelos meus dedos ao movimento centrífugo, do meu corpo inteiro.
O erotismo é o remoinho cego, onde a carne se entrelaça toda, de palavra em palavra, onde gozo sempre e me devoro ás vezes...

*foto retirada da net

Janeiro



Antes de ti o ano esgotou.
Se descoseram as folhas da Cerejeira e agora a neve será ou não um segredo nosso...
Doze são os sopros ardentes que te separam e abrem o teu infinito.
Em ti se medem os meus genitais girassóis, profundamente.
Longas estrelas te cercam entre os pólos que no meu sono me abismam. Janeiro real constelação. Gargula no meu passado, que dentro em mim se entranham as tuas memórias ancestrais, e que completam as meninges da fábula Cristã, ou pagã...
Beleza aspera soldada da tua àrvore, em circuitos, cegos, que nos queimam. Manobram pelos sóis ou pelo refluxo nos dias escuros. Maduros. Com a Invernia completamente perdida em tuas mãos.
Entras por mim como uma metáfora directa dinfundida através das transfusões das tuas potentes imagens.
Janeiro é poema ou astro que na noite se despe no meu mundo e se torna humano ou verdadeiro. Magnificência. Carnagem. Mármore.
Um retrocesso da escuridão entre centelhas altas, magnicencias relunzindo-me a boca. O meu rosto queima numa doce demência.
É nesta gradual loucura que agora me embalo e espero chegar a Fevereiro, lúcida.

Coitadas



Coito;
Onde a sensualidade se escoa.
Coitada;
Arte viva da paixão. O ouro do Deus sexo.
Nome mudo, o coito, que faz tremer o mundo em ardentes anais ou de aroma, nas camas.




Coito ardor, abismo, onde se cruzam os órgãos. Se desenrola, rola, onde o fogo nunca derrama o leite.
És tu a alicinação na minha memória. O nosso epicentro. Quilha no sentir. Que viva e quente, nos penetra o ser. Nos come no vir. Potencia infernal, na orla do nosso prazer. A cada pancada nossa uma vertigem se retira do teu astro cheio. Almíscar. A argila táctil. E fica assim ateando a minha escrita só pelo silêncio nu cercada. Põe a mão na noite e fica, não porque o desejamos, mas porque Deus deu às partes sexuais deliríos e furos naturais. Húmidos. Orvalhados. Janelas de força onde circula o odor de leite. Janelas opulentas, onde o pau arde na flora, e onde a flora irrompe a haste desordenada. Num poema...
Poesia é isto, um coito entre palavras, que se devoram entre vozes, fôlegos e orifícios, superlativos uns aos outros e uns nos outros...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pauta Crivada No Silêncio Que Treme

Profunda e impotente a tristeza atravessa-me sempre que vejo as imagens do Haiti na tela retratada.

Auxílio bastardo, ambíguo na espera interminavel. Deselegante a razão na espera do tempo.

Espalha-se tudo ao som rudimentar da alvorada.
Chegou o Inferno!
Atrasada e sofucante, a solidão e a loucura. Galhos armados de betão pedem ajuda, a tua,a minha, a nossa, a vossa, a de todos num todo.
Morrem como pedras em fendas bloquedas.O Deus é uma miragem geral e obsessiva nos rostos latentes e no terror que a morte ao alto fixa.
A cidade apodrecida, avança pelo tempo sem vida ou por ela estrangulada.
O vermelho desceu ás ruas, forte, maduro, a transpirar sangue, dor, sangue, agonia...
Assombram-se rostos a tremer.
Gemem os assombrados.
Morte fria por detrás do que escrevo ou penso.
Os gritos batem no ar, degolados pelo calor obsessivo, pulsam exaltados e queimados pela falta da àgua de Deus.
Oxidam-se almas, aquelas que na tela morrem, morreram, morrerão...
Arquejante é a loucura, na espiral de quem sonha sobreviver. Entre rima e dor, aparece e desaparece a esperança em prestígio da peste.
Ouvem-se os gritos mortos dos mortos.
Engrandece o crime numa monstruosa enxorada, incessante, desenraizada...