quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Pauta Crivada No Silêncio Que Treme

Profunda e impotente a tristeza atravessa-me sempre que vejo as imagens do Haiti na tela retratada.

Auxílio bastardo, ambíguo na espera interminavel. Deselegante a razão na espera do tempo.

Espalha-se tudo ao som rudimentar da alvorada.
Chegou o Inferno!
Atrasada e sofucante, a solidão e a loucura. Galhos armados de betão pedem ajuda, a tua,a minha, a nossa, a vossa, a de todos num todo.
Morrem como pedras em fendas bloquedas.O Deus é uma miragem geral e obsessiva nos rostos latentes e no terror que a morte ao alto fixa.
A cidade apodrecida, avança pelo tempo sem vida ou por ela estrangulada.
O vermelho desceu ás ruas, forte, maduro, a transpirar sangue, dor, sangue, agonia...
Assombram-se rostos a tremer.
Gemem os assombrados.
Morte fria por detrás do que escrevo ou penso.
Os gritos batem no ar, degolados pelo calor obsessivo, pulsam exaltados e queimados pela falta da àgua de Deus.
Oxidam-se almas, aquelas que na tela morrem, morreram, morrerão...
Arquejante é a loucura, na espiral de quem sonha sobreviver. Entre rima e dor, aparece e desaparece a esperança em prestígio da peste.
Ouvem-se os gritos mortos dos mortos.
Engrandece o crime numa monstruosa enxorada, incessante, desenraizada...

3 comentários:

Fernanda Rocha Mesquita disse...

No meio de tanta confusao varios silencios vivem em almas que pasmam perante o que os rodeia. talvez alguem sinta. estou salvo. foi milagre. mas se pudesse pensar o moribundo, perguntaria certamente... quem fez esse milagra que nao se lembrou de mim

Clovis Matos disse...

Luisa, moça bonita de além mar, seus poemas, textos mefascinaram, tornei-m
e seu fã.

Tenho uma coluna, em um jornal semanal aqui de Cuiabá-MT-Brasil, gostaria de saber se me autorisa a publicar seus trabalhos.

meu e-mail para autorização sua.
inclusao.literaria@hotmail.com
Meu blog: clovisrezendesmatos.blogspot.com

beijos em você

Anónimo disse...

És uma grande escritora, sob todos os aspectos Luísa. Este texto entrou espetou-se na alma como farpa. Beijo
Roque Silveira