quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Coitadas



Coito;
Onde a sensualidade se escoa.
Coitada;
Arte viva da paixão. O ouro do Deus sexo.
Nome mudo, o coito, que faz tremer o mundo em ardentes anais ou de aroma, nas camas.




Coito ardor, abismo, onde se cruzam os órgãos. Se desenrola, rola, onde o fogo nunca derrama o leite.
És tu a alicinação na minha memória. O nosso epicentro. Quilha no sentir. Que viva e quente, nos penetra o ser. Nos come no vir. Potencia infernal, na orla do nosso prazer. A cada pancada nossa uma vertigem se retira do teu astro cheio. Almíscar. A argila táctil. E fica assim ateando a minha escrita só pelo silêncio nu cercada. Põe a mão na noite e fica, não porque o desejamos, mas porque Deus deu às partes sexuais deliríos e furos naturais. Húmidos. Orvalhados. Janelas de força onde circula o odor de leite. Janelas opulentas, onde o pau arde na flora, e onde a flora irrompe a haste desordenada. Num poema...
Poesia é isto, um coito entre palavras, que se devoram entre vozes, fôlegos e orifícios, superlativos uns aos outros e uns nos outros...

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