quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Janeiro



Antes de ti o ano esgotou.
Se descoseram as folhas da Cerejeira e agora a neve será ou não um segredo nosso...
Doze são os sopros ardentes que te separam e abrem o teu infinito.
Em ti se medem os meus genitais girassóis, profundamente.
Longas estrelas te cercam entre os pólos que no meu sono me abismam. Janeiro real constelação. Gargula no meu passado, que dentro em mim se entranham as tuas memórias ancestrais, e que completam as meninges da fábula Cristã, ou pagã...
Beleza aspera soldada da tua àrvore, em circuitos, cegos, que nos queimam. Manobram pelos sóis ou pelo refluxo nos dias escuros. Maduros. Com a Invernia completamente perdida em tuas mãos.
Entras por mim como uma metáfora directa dinfundida através das transfusões das tuas potentes imagens.
Janeiro é poema ou astro que na noite se despe no meu mundo e se torna humano ou verdadeiro. Magnificência. Carnagem. Mármore.
Um retrocesso da escuridão entre centelhas altas, magnicencias relunzindo-me a boca. O meu rosto queima numa doce demência.
É nesta gradual loucura que agora me embalo e espero chegar a Fevereiro, lúcida.

1 comentário:

São Rosas disse...

A Fevereiro já chegaste :O)