domingo, 4 de julho de 2010

Inocência



Entre o céu e o inferno, o poeta, a inocência, fazem parte da mesma aparição, incessante onde os medos envelhecem e os sexos caminham de mãos dadas. Entrelaçadas. Coladas. vibrantes. Em submissão. Névoa sensível. Poemas e astros, nas mãos. Palavras. Somos. Cimento. Palavras, na grandeza do sonhar .
È tão fácil, sermos seduzidos, por figuras olvidadas e possuidoras de uma vivencia terrivelmente, dramática. Procuramos sempre não cair nesse erro, inocente...

sábado, 3 de julho de 2010

CoraÇão



O movimento entre laços,no sangue, abismado, nu lume das linhas, se cose.
Onde uma lima faísca, entre as ilhas do meu proprio corpo, onde o astro é somente uma queimadura, um incêndio, algures, uma ilha, na rapidez das formas. Aceso completamente.
Ataca-me. Num lugar interno. Ata-me, em desvios florais de amores que dão á luz poemas, balsamos, deleites de mel, da minha sobre a tua, língua, encontro.
O fluxo dele se desenreda, árduo, árduo, numa bolha que rebenta alta na porta, no âmago!
Carne rude, coberta de poros a ligar-me entre os arquipélagos que, me unem, que são EU!
O ilhéu, se transborda na frase. Pintando o ar. Calcinado a vermelho, louco, louco como um gás rutilante, que bombeia Deus onde eu começo...

Junho



Junho, alva noite de primavera, aurora aberta. Mansa, num cálice de nectar tremulham tímidas asas do desejo. Alvo. O meu. Humano. O meu desejo. Desejando o nada do teu todo, arrancar de ti as portas do meu gozo. Movendo-me. Toda. Respiração toda que. Se alevanta de um sonho, com minucia e fervor.

Que Quente está o calor!

[Que transpire toda, que respire toda]

Junho, dos Deuses, onde as Deusas dançam a fonte, no toque profano, bem fundo, da dança. Vibração. Nos pontos de força, nos sítios culpados, onde eu vou buscar a minha inspiração. Timída. Sublimemente extasiada. Nas bermas ingénuas e acetinadas do sexo louco. Fosco. Alegreto. Garrudo . Sangrento.Uma alcateia de tesão. Raivosa. Se sente nela. Uma alcateia no tesão que se come nela.Rosaceamente!

Junho, poesia, que a poetisa dedilha na lira, nos seus suspiros quentes, ardentes, harpejando frases. Criando matérias. Orgânicas. Carnes .

Agradeço-te Junho, pelas letras humedecidas que brotam no jardim e libam as inspirações que eu sinto dentro de mim...