domingo, 29 de agosto de 2010

Agosto



A gosto, o lábios que ergues correndo pela paisagem, a minha, externa, atravessada pelas noites onde a fruta faísca, olha Deus. Veloz. Em transe. Entrando em mim com se fosse uma bilha rítmica. Combustivel. Porque tudo o que é teu anda dentro, em mim, no movimento entre laços, em lugares. Respiradouros. Respirares. Na loucura negra . vibrando. No nosso, movimento, laço.

Agosto, entre o sal agudo da tua boca. Nu, duro, pénis, esse furo imaginário, vivo, onde eu vibro, devora-se em mim.

Na boca . Aberta, onde reflui o sangue, puro nó, tesão furioso, e fulcro. Ferrando o gancho. Vermelho. Gancho ferrando. Bravio. Nudez oculta. Floração, aquela cortina em brasa(minha), escondida, intíma, onde os teus olhares se devoram com maturação, onde te masturbas, entregando-me a tua alma.

Canta a alegria, na minha alegria, por dentro da grande falange masculina.

Juntos cantamos eternidade lavrada sobre o sexo.

Só tenho mãos.Tu um arpão. O eixo, que faz a translação, directamente, das profundezas do tesão. Da martelada leve que inspira a carne, peniana, absorvida...

Ah...! O gosto da pelvis. Tão a gosto. Impregando, tremendo, onde te desfazes,em partes do meu espanto. Guloso. Monstruoso. Minado pelo movimento, da boca sensível onde,

Respiro.

Suspiro


[ Agosto mês forte, envolto numa rola em brasa...
E digo-te, vejo o teu pensamento morredo na escarpa veemente desta minha ilusão ou simplesmente... tesão]


*foto retirada da net

sábado, 28 de agosto de 2010

Correspondência II [entre a Rosa Genital e o Pénis Astro]


[ No luar do meu riso dilui-se um orgasmo em astros ]




Escrevo-te, da vastidão dos meus horizontes, dos confins da imaginação, onde habita e se acendem todos os teções numa manhã clara, onde o vento lateja um doce trinado, no meu sangue quente, que pulsa na ansia, no cérebro, que em ti pensa, sôfregos pensamentos, insaciáveis...
Arde em mim os ecos dum sonho álgido. Os teus olhos ácidos, emergem luas, fatais.
Que o tesão nunca entre nós esfrie. Faça-se sensual uma treva leve, danças carnais, altos nos traços, chuvas estreitas e atrevidas. A agitação chamo para dentro de mim. Sonho ser tudo o que em ti desejo e o meu mundo ao sonha-te, é diferente, se transforma. Te transforma. Nos frutos da saliva, tu me apeteces, na nudez farta, um deserto ferve , onde te lanças, sempre atento, sequioso, erecto, palpitante. Corre-me o ardor, o teu sangue pelo meu espaço, como uma garra de ferro, tão suave que nunca me doí rasgar-me toda em ti.
Sabe-me a tua boca á luz sôfrega dos dias.
É o meu entusiástico desejo, que te fala, que estala, rebenta-me em desejos que hão-de dar frutos, e eu deliro... numa estrada aberta, nas avenidas da minha escrita.Amo-te na orla de um desejo, o meu.

Beijos da sempre tua

Rosa Genital

*foto retirada da net

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Suor Numa Noite Quente De Verão


A boca acelera-se. Suor e sal, nas mãos que cobrem os seios. Suor e cio, nas mãos que rodam o clitóris, giram, rodam...
A tesa pele, confunde os vultos, em cada volta afundados, na luxuria dos dedos, lambidos, sugados, penetrando em tudo o que o corpo abre. Nos lábios que gritam, e nos desejos que exijem, nas coxas que apertam, e se abrem, fecham.
No pés que entrelaçam e nos quadris que amarram, prendem, nas dentadas do corpo de régio cio.
Não sinto pudor ao escrever as grossas e túmidas veias, que saltam da glande em ansia, do pénis, o mesmo que em mim mergulha, em compactas contracções, e que a vulva inteligentemente acompanha, num profundo tesão ardente.
E é um gozo senti-lo, sábio.
Arfante.
Ao ritmo, dos quadris.
Sorvendo a chama que brota dos nossos astros.
Sentir a medula na ponta do ventre, e os gemidos nela misturados.
Explodindo nos saltos do membro, cujo esperma, espreita em rugidos e profundos jactos, onde a noite me limita à cama...

Correspondência [entre a Rosa Genital e o Pénis Astro]


O meu tesão é uma bolha, entre as duas nadadoras velocíssimas.
Na mão, da mão, descem a rósea, nadando as duas como loucas, entre os varais nus do meu sal, sôfrego e tão profundo...
Escrevo-te num desossego, estrangulado, desta minha ansia que me lavra o sexo.
Escrevo-te do meu fogo.
Escrevo-te porque gosto do sabor, incomparável do charco branco.
Imagino-te o rosto, extático debaixo do raio ardente, escondido em confins indolentes desta carta.
Estou perto de ti, e estou longe num pregaminho, secreto e imenso.
O que quero?
Somente o teu beijo, animal, perfeito e suave. Que nos meus lábios sabe a... fruto repousado... descascado... bravo, contendo tudo o que me é destinado a uma felicidade, inteira ...
Apaga-se a saudade, acende-se o desejo. Espiríto na fogueira, nele tudo ouso sem malicia, na alma. As colinas justapostas inclinam-se na embriaguez da mão, agora queimada.
Irei morrer imensamente, no terramoto arrastado, no céu da, nua, boca... nesse beijo selvagem...
Estalam-se os limbos, cúpulas de beijos, os lábios na grande aberta, encarnados.
Escancarados.
Rodeam-te...
O sussurro abre os olhos, nua a folhagem pálida, toda metida na voz, que é tua, esse grande sopro imóvel de esfera efémera...

beijo

Sempre tua

Rosa Genital

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Visões da PoetisaIII




O Astro na noite persegue, a Aurora num galope pelas mil ventas tremulas, incomparaveis...

Porque te quero. Quando te acaricio, na carne mutua de ambos, onde me sinto acariciada, sem me aperceber ao certo se não és tu que nessa mesma carne me acaricias, quando a minha mão pousa em ti, sobre ti ou em mim se pousa uma tua mão, se é que eu distingo, qual a tua, qual é a minha, e em qual de nós se encontra pousada.

O vaivém, constante, das nossas bocas jamais saciadas, e num momento deixa de doer-me quanto me doi quase constantemente a tua ausência...

Cada beijo nosso, é sempre, um beijo novo.

Uma, e outra vez, onde te dou por inteiro, onde me dás por inteiro, a primeira vez que um colhe no outro...

Jamais existiu em nós habituação, que um no outro, se habituasse.

Nus, o desejo permanente na atenuação inicial, que, o ardor sempre traz. A fruir, de perto, e extasiada, a alma, no sorrir de um tudo, o que vem de ti, em mim, no lençol que nos embala e nos mostra, o sorrir, de tudo o que existe de primário no nosso sangue, em que por igual, vivo como tu, numa revoada.

Não é uma união trivial a nossa, somos tão diferentes um do outro, e nos completamos, ao ponto de contigo me fundir. A ti de par em par oferecida, a ti me devassando até á mais recondida intimidade, a minha na tua, e com a lingua fixa amor , o peculiar sabor da minha boca, no teu peito, de mim no teu todo.

Oiço as quatro da madrugada, que caem no silêncio límpido, na superficie lisa do nosso lago, na mais profunda tranquilidade.

Do que pensei, te disse, por palavras, gestos ou no mais famintos olhares, onde te disse, onde te fiz, embebe-te, completamente, indelevelmente, para que quando eu morrer continue viva, e a ser a tua unica eternidade possivel e efectiva, o teu rio sem fim...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Visões da Poetisa

Por uma simples frase fresca de Verão fui, eu, mariposa, percorrer o fundo dos teus atalhos, num voo, sinuosamente amplo...





[ ao Jota ]



Encontrei em ti o homem, de aberto peito á loucura, erguido pela chama que canta sorvida pelo extase. Que magestade de imagem. Nas balsas marginais, a demência estremece nos meus braços que correm para ti sonambulos.
Beija-me?
Beijo-te!
Beijarias!?
Eu desejo-te, nas rodas exitadas, do teu céu ardido. Na tua devastação inteligente. Fabulosa.
Dá-me a tua mão. Pensativa, antiga, e queima-me com ela, ainda que só por um único instante, entre as faúlhas do fruto vulcão, que arde em mim rapidíssimo, lenitivo. Cantante.
É tão sublime poder ser o teu afecto intimo, infinito, no imenso vácuo do teu coração, no fluxo encantado do teu sangue profundo e fecundo.
A nossa treva, é a da carne batida, secretamente, doada ás intimidades . Onde as tempestades são eminentes, a luz, um elemento eletrico que nos clarifica os tesões.
Sou o teu Sal, a nua àgua salgada, que no membro reaparecido, acende-te a veia líquene. O amor total. O poema.
Gozo, contigo, a minha inocencia, apalpo as palavras por ti, aqui entornadas em soluços, e sussuros de prazer. Eu sou assim, eterna escoada de motivações, as tuas, num quente silêncio que te pensa. Que para ti escreve ardentes pensares na mudez aterradora das palavras...

Beijo da sempre tua,

L. M.

Incêndios


«Á beira de caminhos ingénuos, ateiam-se espaços, como girassóis, que nos ateiam á furia das nossas raizes, talvez invejosas de mim, porque em mim se encontram unidos poéticos incêncios.
Paixões osculam, devorantes, nas queimadas da vida onde a oculta seiva lateja, agil.
Onde a borboleta, num tesão, entusiasmado, geme volteando estonteamente as plantas, sofregas, que sorvem deslumbradas as poeiras ardentes e expansivas, atráz, em frente, á direita e a esquerda... da fina flor.Quente.
O vale é esteito e atraente, embora o desminta a nua realidade, lambuzada, pela amora,preta, minha, que sorve o silêncio esbraseado nu ambiente latejante. Abro-me toda a força da palavra incendiada, e do deslumbramento que me invade, nascem mil desvaneios, mil desejos...


[Nas minhas flores intímas, astros, a pairar constante existência perpétua, tu, a minha aventura, fogo no meu ver]

Na eriçada da memória, silvas, onde tão longe alcanso, o bafo que na relva queima , nu e frágil, que se quebra de repente, e á minha roda, existem cintilações e labaredas verdes.
A febre indecisa, que em coro por mim sobe, exitante, que se quebra no repante, como, numa queda a pique... e outra vez a subir... fluir... solene... majestosa... delicada e ao mesmo tempo ardilosamente tentadora. Calo-me. Cala-te. Cala-se tudo, tudo o que é convencional, ou falso, cala-se a nua natureza de comoção e assombro. A febre, é sempre a mesma. O apelo é o mesmo.
A minha vida é um incêndio.»