domingo, 19 de setembro de 2010

NAS VEIAS DA GARGANTA



Entrou-me o teu livro a dentro. É fácil, imaginar a precipitação com que sobre ele eu toda me inclinei. Abri-o. Devorei-o!

Acendi-me num céu, apaguei nele o meu olhar, sentada, nua, nu incêndio, nas regiões osfuscantes. Maduras. Ferozes...

E de um único hausto, o bebi todo, num travo, que o teu talento é poeta, malicioso, de ideais perversos, em mim totalmente, no agora, submersos...

A nossa carne, única. Vibra, o tesão de baixo para cima. Nas embocaduras. Furiosas. Que crepitam.

És clarão, nas minhas pupilas, deslumbradas, no abrasar liríco dum pénis, no agora imensamente soldado á vagina estérica, em delírios de fêmea.

O esperma libertado [o teu que transborda no meu] evolou-se para as regiões em torno da pancada. Como um animal por mim escorre, passa, e por fim morre. E eu, durmo, com ele luzindo no cantaro da minha profunda boca...

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