sábado, 4 de dezembro de 2010

NO ÂMBAR DA MINHA ESCRITA



A minha escrita escapa-se do meu lado para o outro, sob os meus dedos, onde flutua uma constelação de palavras com labaredas a mergulhar, no teu rosto rápido e atento.
As minhas palavras tocam cada silêncio teu. A minha loucura é um alimento que te fala durante o sono, de um canto fundo e claro que se funde nos meus dedos, que escrevem.
Na testa fervente, cerrada á volta da escrita, as tuas mãos enxutas de labaredas sustentam um nu abismo, a (minha) constelação que palpita na tua imagem de raízes carnais. Onde desemboca em voz alta o meu fôlego, completamente vivo.
O braço num rasgão de ar, convulso, na mão que ateia a escrita( de carne rude)
Os olhos diamantes, os pensamentos torcidos em garras.Baixas. Amantes!...
As palavras são fogo, nus meus braços, numa selva implantada no meio da minha mente, estancada entre o meu sexo, o fundo da noite, e um buraco forte. Num pensar. Meu!...
O fogo da minha escrita, arrasta serpente, feroz e impaciente. Aberto, descoberto. No centro, por fora de uma paisagem, por onde eu escrevo tão depressa...