sábado, 15 de janeiro de 2011

SECRETOS[ eu escrevo-te Jota]



A noite escorre sangue e tempo, ardendo em amor ou simplesmente TU [alguém] me queima o corpo...
Um girassol , serve de lareira, à procura de luxúria. Isso eu sei, porque em ti me quero. Aparece a dança, foi à tua dança que eu me perdi, aberta no meio...
Campos silvestres, campos celestes, levantados e loucos na, noite que entretanto, se faz dia. Vociferante, traz a tua cabeça ao cimo dum monte. A tua mão cresce depressa. Posição. Nela cresce a minha, ansiosa pressa, a turbulência íntima que me chama. A unir. O acaso se desmata, onde se enrola a pedra redonda. Em, mim, submissa. Que procura o centro. Meu!...
O ar, se debruça na atmosfera terna, calma, secreta espelha à boca tempo e transforma-se.
Sangue ingénuo sobre as lajes o amor queima. Maldito, que desce para te dar a beber.
Relâmpago!
É preciso ser, Sexo, para entender as palavras em transe, e só aço deve transpirar através delas, infinitamente. Na obscura pele compacta.Exaltadas. Na espuma que pára para me inundar numa torrente inteligente( por aí dentro). Exigente. De, mais. Quente. Faminta. Sobre o cru, vale!...
O nu lugar desaparece. Sei que devo escrever aqui todos os aa do acto, as ferragens da roupa que bate contra o texto, numa escrita em vapores, suores, ecos e pancadas, de um, no outro, no lugar do outro. Nu tesão lacrado.
Em mente a tua zona. A minha boca escuta. As disturções das leituras, do teu rosto rosto limite além das minhas nebelinas, do meu gosto de ser. Expelida nas funduras do precepício ignío. Génio. Mastro!
Agora sei o que quero saber, sei o que os teus dedos violinos dizem, quando falam, quando me tocam nas loucas costas, no meu cabelo em fogo. Olhando-te. Sorvendo-te. Empurrando-te. Num poder difundido. Na obsorção irredutível.
O nosso amor é um caminho de fomes, embrionárias, e todo ele se enrola pelo lado, de, dentro. Todo ele se consome com o que em ti cresce pelo lado de fora. Dentro e fora. O nosso tempo é um relevo alto. Uma escrita louca, enquanto a minha voz abdicar do silêncio para aqui viver, escrever cada frase é um mundo, mudo aos olhos de quem me lê.
Para ti é sangue concentrado numa metáfora, a centelha. Paixão. Equilibrio. Rapto.
Os sonhos são estúdios severos, laços ateados, explelindo palavras, na minha e, na mente de quem em mim se fecha...




Luisa Demétrio Raposo

*15 de Janeiro/2011