sábado, 26 de março de 2011

Jade Encarnada



(...) Deito fogo à minha escrita, à palavra. Retalho nela a carne em brasa, transmuta onde, o sangue arrasta o tesão febril, queimando todas as minhas ruas e avenidas.
Fendas luminosas o são; queimaduras na, carne, profunda, consanguínea, pura treva, onde os dedos abertos na caneta, se masturbam num mudo mundo, num rítmico dilema que, embriaga e seduz...
O Astro treme, alto, na magnificência, num continuo sexo, onde as carnes se unem e se transformam num pilar único. Demoníaco. Onde se quebram regras e a razão se alastra na força absoluta das chamas que comem a fornalha. Curva. Acre. Num bárbaro coito. Cem palavras...!
Pénis em fogo, Vaginas na minha floresta de letras, onde os haustos nexos me comem e expiam, fechando-me nos seus lábios secretos, anónimos, mas que eu amo nas imagens que me ascendem à cabeça e enriquecem o meu vicío, num incêndio.
A Poesia me engole num fogo sulfuroso. Profundo. Numa trilha sísmica que, rasga os pensares e os desabotoa, que fogem de pesados freios e os devastam num elementar trabalhar de imagens, que têm uma força imponente. Maior, que os faz sonhar e a mim escrever, penetrando em sítios amplos, potentes, fechados aos olhos catrasdos de muitos.
Deito fogo á mente que me lê (...)

Ser Poetisa





(...) O fogo é um elemento incontrolavel. A loucura é a minha cura. Habito entre estas duas tensões, fusas nas muitas noites impressas na tinta das minhas palavras.
Ser poetisa é vestir as rodas excitadas do fogo. Comer poesia numa precipitação em brasa, no poder firme, silêncioso. Absorvente. Assoberbado. No ar erupt...ivo das imagens lívidas por mim recriadas. É ferver num vulcão dos mil sentidos, consumida pelos orgãos e uma esfera que pensa mais alto. Numa abertura interior. É possuir a fonte oculta. Desconhecida, onde tudo se ousa e o sangue se move frenético. Onde o ardor é batido nas veias inacabados que ropem portas. È morosa, a minha loucura. Obsessiva e incustrada. Sem direcção ou posição.
Na extenuante alucinação, os sentidos em germinação. Glória num ardor exemplar, elementar. Redentor. Alucinado. Onde poema se vem nas minhas formas, adentro e, se transforma, extilhaça-me num pulsar, aberto, onde ele bate, bate, bate e me rasga universalmente, numa mão imortal que arde. Desce. Arde. Dói. Arde. Num grito. Arde na fala imensa, na mulher que grita em mim, na matéria violenta que arde, incriada no meu inconstante ventre escarlate, onde as chamas movem as palavras delicadas. Quentes. À tona do poema. À tona Do brotar que o lê. À tona do olhar que o abraça. À tona de mim, Poetisa que o desata de um jorro leito rosa, num manar secreto e eterno que entontece as nuas distancias (...)

sexta-feira, 11 de março de 2011

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(...)A minha solidão é um lugar tremendo. implacável. Sou. Obscuramente infeliz e incompriensivel aos olhos do comum mortal. A minha vida é uma tela, desarrumada e sem fronteiras. Sou ilusão. Ambígua. No silêncio hábito, o mesmo que silência-me perfurando-me os tecidos vivos. Alimentando-me a loucura, que explode no meu sangue num ...mergulho disperso...
Trago em mim a ameaça, intraduzivel na boca de qualquer Deuz.
Sou um lugar tenebroso, onde somente o meu eu, consegue habitar(...)