sexta-feira, 8 de julho de 2011



(...)Pertenço ao sonho em marcha, aquele que devora os meus dias de leite e me sustenta num único pilar o meu cimento e toda a minha irrefletida grandeza. O pavor entra nos meus dias e confunde-me a morte, suspensa na luz de um Astro onde arranco toda a minha profundidade ao meu Ser. Pertenço-vos num luar recalcado, colérico onde as minhas cores tremendas se encontram e se misturam dando figuras ao delírio, ao horrivel pensar que contem todas minhas quedas, imóveis, magnéticas, num arfar branco, entre rimas e gemeres onde ouso correr, em êmbolos sobrenaturais entre o meu e o vosso renascer.
Pertenço-lhes no sangue a ir e a vir em redor dos meus dedos em germinação, na absorção dolorosa das palavras que transforma os meus vicíos brutais em poemas exteriores(...)
Luisa Demétrio Raposo

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