sexta-feira, 19 de outubro de 2012

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Que silêncio te abisma, pergunto-me eu, dominando- me no meu próprio regaço maiúsculo, pergunto eu na ferocidade de um gesto inalterável pelos anais ressaltando-me o ser. Aquele que distorce e desiquilibra a ordem viva, sustida em forças. Entre mim. Entre a espinha initerrupta das palavras em explosão. Cercadas
de uma inumera masculinidade, que me percorre numa ardente lagoa de carne em Revelação....
Estrangulada. Na serrania dos lábios onde a inspiração se acende cercada
de sexos e génios, onde somente o amargo se despenha e inclina, o mesmo amargo onde as vírgulas se arqueiam, vertiginosas, no urdir, num silêncio implantado
e que eu cômo ou fodo, em tejos impassíveis, em tramas intemporais, revestindo totalmente as palavras que se reproduzem em eternidades, em mundos
àrduos e ainda intactos.

in NYMPHEA
Luisa Demétrio Raposo

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