sábado, 6 de outubro de 2012

lávica enseada



 
Décibeis, sinto-as, na leitura explicita do teu corpo exposto á malévola fervente que se avizinha. sonetos repovoam vermelhos, amargos, fremindo e os adornos brancamente pontilhados, férteis onde o deserto alfabeto rebenta.
Do trono, escarlate, calabouços manobram entre os inumeros paladares libertados, em páginas, nos dias onde eu espero a seiva amante,a que semeia nos meus lábios o prazer em raios e desordens;

“ um beijo é talento na arte de um mundo húmido. relevos que esperavam pelas aberturas de dentro. sentidos ficando em transe, restritos ao corpo exaltando. olhares se contorcendo pintando a atmosfera circundante de lacre e uma curva suspirantemente geme.
Sinto ainda hoje os confins a latejar, o centro, num espelho impaciente, abaixo do meu silêncio, ardendo...
e queimando os quadris abrutamente em incursões cheias de àgua, carcere em lamas vaginais…
O soalho tremia, imortal, no aprofundar dos sóis. No frenético uivar dos verbos que ressucitavam silêncios, deitando sal e coroação em lugares recondidos, alagando insonias e baixios loucos.
O vermelho rasga-se, a meio, os lábios em terramoto abertos beijando-se adentro escrevendo e cruzando as mamíferas temporas que estalavam, maduras, infinitas.

o orgasmo é a máxima recordação que possuo desse  sismo. “

Luisa Demétrio Raposo

1 comentário:

Fernandes disse...

Linda a sábia descricão do Eu interior que cada um possui.Palávras?
Faltam palavras para descrever o BELO
apenas o meu muito obrigado e a minha admira pela sua pessoa e seu trabalho.