quinta-feira, 29 de novembro de 2012

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O  mundo é o meu instante imenso, a ponte, o grande céu, as genitais em escarpas… o abismo, que nas manhãs respondidas se incrusta nos meus orgãos doces__________ repousando,  logo ali, o terrível sangue, deslumbrante,  húmido, oculto, denso, afiando  toda a minha carne em solidão e montes, radiando soberbo  as madeiras e o deitado ferro, perfurando-me as internas noites que  oiço gritar, aqui, dentro.  No progredir do ar coagulado, acetilene. Entre linhas arquejantes de dentro de um pavor que me consome e me veste em laçadas, os dias e a dilatação de um destino ao qual estremeço.

luisa demetrio raposo
in cassiopeia e o jardim separado

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

O PÉNIS

Sôfrego,
Quando por mim roça!
Cio, a tua pose grossa!
De impulsos carnais!
Quando farto,
(adormece ou retouça)
E nunca é grosso demais!...

in RESPIRAÇÃO_DAS_COISAS__/
luisa demétrio raposo

 
Era uma vez um desejo, cresceu e ficou maduro, na  boca, a minha,  inclinada  sobre o silêncio debaixo dos raios onde a tua braguilha amadurece. o sangue, teu,  pula e  o desejo me prende. Cega. Cega.  Soando entre as saídas onde o pensar dá voz aos buracos e as mãos remexem montanhas e todas as florestas da carne.
 
luisa demétrio raposo

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


 
A carne, o grande abismo maduro. a muralha pródiga da Alma. o corpo, é um templo curvilíneo, um manual interminável que  no cosmo  foi  há muito, despenhado.


luisa demétrio raposo
in________________________CASSIOPEIA__E__O__JARDIM___SEPARADO__/

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

«No escuro húmido, o fornicar, em seu monóculo, sonha com o vergar dos sexos implantados, entre as asas soberanas, a cauda circula redonda onde o branco geme, voando entre as entranhas de um arco geométrico»
luisa demetrio raposo

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

lepidopteras_____II


Ardem em mim todas as tuas pontes. O hálito ateando-as com a boca cheia de águas e hordas humanas, se curvam em desejos e arrancam todas as tuas portas enfrentando o nada no abandono do simples movimento das ancas. Teu rosto, maduro e estreito domina todas as minhas trilhas. Os regatos respiram a escrita, coalham em nossos laços. A raiz da de floração abraçada ao fôlego e á veia de mármore, esse Zeus que se despenha sobre as antropofagias.
Ânfora, em barro escarlate, nas desdobradas, a voz interminável dos gritos consumando os consumidos sítios. Teu beijo se desmata e o óleo cândido que nos aquece o som e se transmuda na matéria e um raio inebria a sephora visível de um orgasmo dentro da devorada. Os planetas pendidos pelo clarão dos nossos epicentros. Unidos. Entre as temperaturas, a lentidão e os aromas ordenados no só compasso.
Novos caminhares refazem a atmosfera em que nos deitamos, novos limbos, internos, novas palavras se encharcam e ao mesmo tempo traçam e se tornam translúcidas. O amor tombando em forma de água furiosamente sobre o interior, de abismo em abismo cada som sente cada porvir…