segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

 
Não espero nada de 2013, somente escrita e um imaginar alagado. Não espero equinócio ou solstício mas sim o vinho que fermenta dentro de mim em palavras submarinas que mergulham e embriagam-me as curvas, na boca…

Luisa Demétrio Raposo, ás 15:08 do último dia de Dezembro, 2012.

sábado, 29 de dezembro de 2012

ao Jota, para o Jota, sempre, num largo pensar, o Eros onde as minhas àguas sempre se apagam


 
«Margulhando ne l tou sal, l miu mundo eimenso, plural, anchindo las mies chichas an znudas eiternidades abiertas.
{La hora, fecunda, adonde ardien ls pensares i todas las nuossas dambas fames}
l SOL, scorrindo, fugindo, ne ls mius suonhos eirotizado ne ls matorrales adonde repástio i scuolho siempre aparar, oubliquamente antre lhaçadas i anclinaçones.
An boç pequeinha, cuncubinas, las frases, las... falas que ne l falo bómban la chicha redonda, sfericamente l sangre spesso, ne ls panhos que bistes a caliente, debelgando l alhagado íman húmado múscalo, na mais cumplexa scuridade, la grieta adonde chiçpan i s’anchárcan l burmeilho de las manos i l aire adonde crecistes, adonde se lei, bagina;
 
{nas puntas, antre i entra la lhéngua, deitando se ante ls beiços arquitetos, marmurando trasparéncias, abaixo, a la salida, a las raízes adonde you scundida, arreculo i, tu, oupido muordes antre cuçpinhas que zabotónan, sexo a sexo}»

Mergulhando no teu sal, tu, o meu mundo imenso, plural, preenchendo as minhas carnes em nuas eternidades abertas.

{A hora, fecunda, onde ardiam os pensares e todas as nossas mútuas fomes}
o SOL, escorrendo, correndo,  nos meus  sonhos erotizado  nos   matos  onde repasto e escolho sempre poisar,  obliquamente entre laçadas e inclinações.

Em voz pequena, concubinas, as frases, as falas que no falo bombeiam a carne redonda, esfericamente o sangue compacto, nos tecidos que vestes a quente, vergando o alagado íman húmido músculo, na mais complexa escuridão, a vulva cavidade onde faíscam e encharcam-se o vermelho das mãos e o ar onde crescestes,  onde se lê, vagina;

{nas ponta, entre e entra a língua, deitando-se entre os lábios arquitetos, murmurando transparências, abaixo, á saída, ás raízes onde eu escondida, recuo e, tu, erguido mordes entre salivas que desabotoam, sexo a sexo}

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012


SOLIDÃO______raizes pátios a escada que me liga á dolorosa floresta que é o viver

 O CORPO a árvore uma cripta que me entala a cada estoupa os buracos

 Nas fendas largas  os raios infindáveis e as minhas MÃOS  choram choram choram choram  húmidas

  Na  BOCA  a paralisia repetida  repetida sempre repetida  a  queimar-me  o  chão abaixo na sombra

Na flor morre-me por vezes o grito

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

“fulminante esse teu mundo interno que se exprime num ramo de sal ponteagudo em formas abaixo do silêncio.
um pénis, sonâmbulo, no centro, curva o instante e os teus olhos contra o entro e o pensar.
Nos gemidos as falésias, entre o volume cru e da boca, a minha, brotam os quentes veios da nua flor interna, sangrando, cá dentro, sangrando terrivelmente águas claras, pelo escuro das linhas que voam entre o espaço e as braçadas trancas, alagando toda a minha inspiração”

luisa demétrio raposo
retirado da obra, CASSIOPEIA E O JARDIM SEPARADO
“entre o sal e o sangue é o troço da água é a raiz que aprofunda as  abertas  a carne que irrompem da noite num buraco completamente vivo”


luisa demétrio raposo

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

imagino tantas vezes poder deixar a carne e alimentar-me somente nas minhas palavras das palavras enquanto larvas. imagino-me a riscar o sangue, bravio, entre as mãos e o fogo, sonhando sonhando... transparente, avançando pela solidão imagino.

luisa demétrio raposo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Natal já fez mais sentido para mim, sem o consumismo de outras eras, o mais importante é o que nos enche a Alma e não o que nos veste o corpo ou a casa, embora seja importante algum conforto, mas se a Alma estiver a morrer de fome, de sede, dinheiro ou presente algum nos reconfortará em lugar algum no mundo.
Nada nos preenche mais que o Amor, a Paz e a Luz que precisamos para nos aquecer o inteiror. não está á venda, nem precisa, ela brilha dentro de nós, só precisamos de sentir...

(todos os dias, nem que seja só por alguns segundos____e não só no Natal)

para mim, hoje, impera a união familiar, a união entre todos e o tudo... a Vida, pela Vida, Una!...

Abraço,

Luisa Demétrio Raposo

domingo, 16 de dezembro de 2012

5...

"A boca alarga-se, no sugar dos veios, o sexo, desordenando os meus textos fálicos. Consumindo o falo, alojando-o no meu telhado húmido, onde o tesão esmaga o buraco contra o gosto, aquele que arde na foz da minha língua, essa malicíosa península que fixa todo o de leite: ida e volta.
Léxico o pénis, satura o amargo, nas ondas centrais, a boca, desdobrando o cio, feroz, numa imagem
dura, quente, pura, garganta a cima garganta a baixo comendo, dentro, uma lavra quente dentre a sua força unida e rápida, onde o branco, entre as letras é, esmagado.
Teu pénis, bebe, no fundo da minha garganta, roséceas e o longo marulhar que vem aos lábios numa só palavra…"

in CASSIOPEIA E O JARDIM SEPARADO/2012
Luisa Demétrio Raposo