terça-feira, 10 de abril de 2012

valquíria


«PETÚNIAS as escarpas geométricas das insígnias nos orvalhos. Cortando ao meio a noite hiemal. Extasiantes centelhas, sopram, imaturas, a alusão num tempo interpretado… Desaparecendo. Aparecendo. Nos silêncios inexplicáveis das nuvens quando sobem ilícitas nas madrugadas impressas nu elegíaco, correndo contra a noite desembarcadora de fábulas e narcóticas ranhuras, gatilhos e outros furos semiabertos…
E quanto mais Odin me empurra mais me entranho no despedaçar que sou. Nos dedos abertos que circulam como ilhas despenhadas em destroços compêndios, na implosão limite, no corpo sonâmbulo que compõe as sombras e o teu rosto que me gerou lá onde não existem dilúvios mas tão somente alfabetos…»

quarta-feira, 4 de abril de 2012


"o verbo me acende o atrevimento. Acendendo dedos numa selvagem criação. Ergue-se fogo vermelho na transparência dilatada na gramática atormentada pelas visões ferozes, pelo escaldar da minha caligrafia, desvastando os atlânticos e as laguras brancas, afogando páginas em metrópoles."
in "Nymphea"

"Dentro do meu sexo a tua voz requer palavras; palavras nas quais eu balouço e gravito.Onde o odor insensato, balbuceia rápido palavras onde me rasgo e tudo, meu amor, tudo me abala dentro delas. Palavras onde todo afundas, e ardes cheio de gritos que mergulham e ao mesmo tempo fogem das formas, nos bordos raiados a vermelho... tão translucidamente..."
in "NYMPHEA"