segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

neste texto____os poemas abrem as pernas



 
Nardo é o meu sentir na sua atmosfera, um incompreendido instante entre o rosto aberto, nas palavras quentes que se debatem entre o rosto subido de um corpo fundo.
Hipnótica a luz de um olhar aberto sobre um relato sem poros e sem pálpebras…

“A boca espera devagar os lábios. Os lábios escutam lentos o movimento molhado dentro do fogo que continuamente enlouquece e se senta no meio das florestas de carne a que chamo janelas. Os grandes lábios gemem e a boca que se abre, gr...
ita e se rasga em cima das minhas explosivas queimadas. No avesso. O sangue pula. Cego. Faminto. No desejo recamando as imagens. Aos golpes. Cego. Onde os ventres roncam entre as saídas, onde o pensamento dá nós aos buracos e ainda, onde o reflexo das mãos remexe as montanhas e todas as carnes desarrumadas; os poemas abrem as pernas; aberta, a minha vagina ás nuas viagens; nas duras palavras que transformam e endurecem o cio; que me enlouquece, penetrando pela folha de papel e saindo pelo meu, Eu, adentro.
Nossas bocas, duas aberturas cheias de línguas e um mundo interno de sais. O sol entornando os sexos e os aquecendo no escoar das húmidas torrentes difíceis. O limite cresce e se desabotoa, num erótico golpe, o ferrolho por onde tu me desejas cega na vertical”

in Cassiopeia e o Jardim Separado

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