quarta-feira, 20 de março de 2013

 
 
 
"Existem em mim dias difíceis onde planto a carne em ereção na esperança de colher o silêncio oblíquo que mergulha no meu sangue disperso entre a vulva bebedora. O abismo arranco de dentro e é ele que dá luz aos poros do pénis que jorro pela carne aterrada e onde o meu mundo treme anelando em si a desordem e o caos numa floresta de tons e gemeres nus. Das palavras cifram epifanias ampliam-se as veias e todos os veios do sexo manicómio, hipnótico onde despertam todos os meus dias e todas as minhas luas turísticas. Todos os meus dias são lentes compridas que me devoram num intenso manuscrito onde o fogo permanente galopa ferozmente todas as águas que correm pela boca potente. O tempo é uma foda e a terra meus pés engole nas palavras erguidas no passear dos ventres onde a respiração líquen redemoinha e nunca escurece colocando degraus a cada pancada do meu sangue incandescente calcinando-me internamente os diálogos cilíndricos."

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