terça-feira, 7 de janeiro de 2014

"As garras latejam tímidos invernos; os olhos lanço ao pesadelo branco da página, a bruma que enegrece as alucinações e onde o sangrar é o coração caligrafado, quiçá o meu, onde os dedos largam mares de tinta.
Sozinho, o olhar provoca o debruço foragido da tinta preta. Do outro lado a mesa a lua é a fenda migrante que espia o sexo imutável.
E eu, encontro-me nos laivos que deambulam por entre a...
certeza, alba.
Sou a única personagem desarrumada. Escrevo o vento o lodo e à saída da mata a vulva de boca aberta rebenta de humidade em pânico na cal, ancora, entaipada debaixo da muralha.
A poesia irromperá da submersa pólvora que salga-me e dilata-me os desertos embates que no meio das mãos rasgam traços.
A boca, acesa, o húmido arpão, o resfolgar da água indomável à velocidade das beiras que lá fora gritam.
A vigília aprofunda-se, na página em branco, onde não consigo acordar nem anoitecer-me."

7 de Janeiro 2014

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