sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

"No urdir guloso que veste a pele, a foda, em aromas impassíveis revelando nós, tramas intemporais, nas vazias de ti, lambuzando-me as humidades de entre as seivas que rasgam o silêncio sustido, revestindo os rios que nas carnes, escarlates, animais, afogam-me os veleiros onde a língua solta a noite nas malgas gelatinosas, acesas entre as tuas coxas á beira-mar escrevendo na ilha despida a embriaguez por entre as sombras.
O rumor, cúmplice, nos becos ouve o rebentar aceso da libertação inchada.
Chove sob o navegar da carne, bem ao meio do rio, no ânus, o buraco entre os escombros, onde o delírio se abre no repente da imagem larga"

Luisa Demétrio Raposo
10 de Janeiro 2014

Sem comentários: