sábado, 15 de fevereiro de 2014

areias


 
A sedução evade-se por todos os buracos. No fogo a manhã lava os corpos regressando à noite funda. O cheiro a terra onde coabitam. O sexo um bosque descoberto. A réplica é tentação fértil. O sol cospe o sal em brasa que nas mamas arde lenta mente de encontro aos muros húmidos do caralho em pólvora. Os pentelhos inclinados pernoitam a seivas sem rumo que semeia pelas margens mudas das coxas alagadas. E eu. Encontro-me na paisagem. Escrevendo no rasto de tinta e a interinidade do lado dextra de dentro da terra onde se erguem os fundos de um sítio onde se despenha a carne aberta por um devasso espaço desabitado.O caralho possui tudo com a sua mortalha calcinada. Implacável e cheio. um servo alto e curvilíneo de olhar fixo afunda-se nas coxas vazias. Quero. Quero um deserto de espessura longa. O calor insatisfeito da razia que tudo engole no gole ao lume. Deixei de escrever.  




Luísa Demétrio Raposo

in JAGUANA

1 comentário:

Anónimo disse...

Teus textos sempre me deixam
de cacete a pulsar. Entranhas , vaginas e pentelhos estufados a gosto de quero mais.Parabéns pelo belo e excitante Blog.