Escrever
tornou-se um acto felino.
Arde a tinta brava no interior na cal a riscada dá
água a beber aos dedos mornos, que preparam quedas entre dois lençóis que miam.
O ruído albergando-se nos inúmeros teoremas mentais que alcançam a orgia
clarinada entre os acabramemos e a resistência térrea do desejo. A seiva prenha
de vida.
Duas bocas
um único labirinto; no fora para dentro; o angulo escuro amaga.
Perscruto
aberto. Intacto o fogo onde a pele salga o desassossego voo.
Resvalam os nervos curvilíneos incorporados
nos socalcos. A boca acorda a outra boca e apalpam-se nas paredes os segredos que
gemem e apalpam a ansiedade desabrochando no sexo que lhe mete o fogo
indefinidamente no enroscar das línguas presas pelo cio, puxadas pelo tesão que
rasga e gira ciclicamente em espiral.
in " al mojanda"
Luísa Demétrio Raposo