sexta-feira, 11 de abril de 2014

in al mojanda

Arde a região e a música é uma bala ferrando os lábios, soldando o meu corpo minado, devorando a escuridão em mim outrora morta. O sangue luminoso, pulsando entre as estrelas.
A boca, acesa, o húmido arpão, o resfolgar da água indomável à v
elocidade das beiras que lá fora gritam.
Sou a única personagem desarrumada. Escrevo o vento o lodo e à saída da mata o broche na boca aberta rebenta a humidade no pânico da cal, ancora, entaipado debaixo da muralha.
A poesia irrompe da submersa pólvora que salga e dilata os desertos embates que no meio das mãos rasgam traços e os linhos tímidos das vergônteas a preto e branco que na penumbra perfuram a originalidade vulva.

 
Luísa Demétrio Raposo