É
preciso lubrificar as aberturas onde se entala poesia sobre cercos minados e
deixar vibrar qualquer tipo de brecha. Deixar as vaginas falar. Ânus,
deixai-vos penetrar.
O alcance é um cotovelo carregado de ossos que
nos atulham os passos. É preciso transpor todos os potentes muros. Governai desorientação
na obscuridade os verbos literários que não passam de cabeças. Desorbitar a escrita.
É necessário sair da acomodação e deixar a Poesia fornicar até que a carne
escreva a contradança de todas as orgias, o sangue geográfico que preenche o
pénis entre as raízes húmidas de entre a vulva que amamenta a escrita.
Luisa Demétrio Raposo
foto Irving Penn, Bottom
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