quinta-feira, 16 de outubro de 2014


É preciso lubrificar as aberturas onde se entala poesia sobre cercos minados e deixar vibrar qualquer tipo de brecha. Deixar as vaginas falar. Ânus, deixai-vos penetrar.

 O alcance é um cotovelo carregado de ossos que nos atulham os passos. É preciso transpor todos os potentes muros. Governai desorientação na obscuridade os verbos literários que não passam de cabeças. Desorbitar a escrita. É necessário sair da acomodação e deixar a Poesia fornicar até que a carne escreva a contradança de todas as orgias, o sangue geográfico que preenche o pénis entre as raízes húmidas de entre a vulva que amamenta a escrita.
Luisa Demétrio Raposo
foto Irving Penn,  Bottom

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