quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Um coração é terrivelmente cru entre os nós da carne, pulsante e repulsando um abismo animal, o escuro revolucionário que incha sobre a risca do sangue execrado. Alcarsina, mão viúva que afunda o decurso violento em caligrafia e narra pela página um regato e o pendura e eu só mato.
 O ímpio atrai-me na revolta mutilando o uivo sifilítico que anódina busca-o aumentando o seu volume na carne.
Do ferrolho o vermelho range o engate e expande-se ao céu. A água força o gemer e ardina poça despenha-se entre as pernas sob o texto alquebrado.

Luísa Demétrio Raposo