domingo, 16 de fevereiro de 2014

 
 
A boca, masculina é uma  alcateia de águas que foge de entre os curtos caules húmidos das árvores.
O centro da boca a flecha ânua. O lado de indizível que estrangula ou degola a selva de poros onde afloram os sentidos e a escuridão viva s
ustentado nas ribanceiras expansivas de entre flancos negros. O toque dos dedos sobre auréolas salgadas. Perfume transmissível do sémen no denunciar de todos os sorvos na carne que fere o apelo no fundo surgido do nada.
Absoluta a lua ergue-se da égua crescente."

in "al mojanda"
 
 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

areias


 
A sedução evade-se por todos os buracos. No fogo a manhã lava os corpos regressando à noite funda. O cheiro a terra onde coabitam. O sexo um bosque descoberto. A réplica é tentação fértil. O sol cospe o sal em brasa que nas mamas arde lenta mente de encontro aos muros húmidos do caralho em pólvora. Os pentelhos inclinados pernoitam a seivas sem rumo que semeia pelas margens mudas das coxas alagadas. E eu. Encontro-me na paisagem. Escrevendo no rasto de tinta e a interinidade do lado dextra de dentro da terra onde se erguem os fundos de um sítio onde se despenha a carne aberta por um devasso espaço desabitado.O caralho possui tudo com a sua mortalha calcinada. Implacável e cheio. um servo alto e curvilíneo de olhar fixo afunda-se nas coxas vazias. Quero. Quero um deserto de espessura longa. O calor insatisfeito da razia que tudo engole no gole ao lume. Deixei de escrever.  




Luísa Demétrio Raposo

in JAGUANA

lódão




A olência sobre a grande brecha afia o interior
húmido
 
 
 
Como é sublime nela eu morder-te rasgar-te lamber-te moldando-te e aos poucos libertamos-te ou matamos-te.


O sexo provoca fogo e expludamos nós engarrafados. Fundo tão, tão fundo.


in " al mojanda"

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

a passa_ralha




Um beco lento incindido sobre o sexo infindável e quente onde a língua escreve sombras à procura de um deus.

O sémen aceso dentro da saliva fresco à espera de correr. A carne suada das fúrias que exterminam o caule aveludar do reverbero.

A passa_ralha e descobre a parede sentada e crua. Senta-se a lacrima na punheta junto ao sulco  sítio.
 
Pulsa o nylon e desperta o cio em suspensão soerguida. 

O estelar vermelho nas nervuras; a esfera rachada e pegajosa ilida e recita na clareira da brecha rente ao alfa beto ao cheiro da água onde o fogo lava a fulva vazia.

Chove e não há alargar sem a dor. Abraçá-lo-eis. A doer na desmoronada travessia.

 É noite junto aos pentelhos amachucados à pressa. Em pleno voo inquietos em babas e lábios pernoitam os sexos o universo e o sangue aquecido que escreve pelo corpo insula e cardos formas e um longo arrotar demora-se.

Nunca escrevas aqui com um outro rio só com outra febre no porto e que se entorne pela imagem.
 
in "al mojanda"
 
Luísa Demétrio Raposo

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

orgânico

“Um caralho é a caligrafia que na página vincula os enliços abstracto do sexo-escritor. Apalpam-se os testículos e um caralho imenso atravessa as paredes para penetrar buracos atulhados de teias e os cardumes de bocas que coisam malevolamente todos os pentelhos negros que se distendem por um sexo teso.
Atam-se gotas de suor à dor que pernoita transparente a anestesia aberta mente.
Um caralho mer
gulhão vomita florescências de dentro para fora do vocabulário proxeneta durante o enlace efémero no bordel onde se prostituem os sonetos e todos os poemas álgebras.
A escrita erótica cora a mulher e cora o homem em cada palavra que escrevo cosendo a veia debica ao caralho e ao ruído do sémen que tinge a braguilha num intenso ruir de palavrões e pluviosas metáforas.
Os outros crânios que lêem este reflexo são terras fecundas. Quedas do outro lado mais florido na passagem.”

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

sépia

 
 
“O naufrágio abata-se em todos os penhascos. Escarlate a vulva alaga o encarnado na forma circular no contorno da carne distendida e escancaradas e que golpeia na acomodação da seda.
A boca incinde sobre um sexo infindável e quente onde a língua escreve sombras até encontrar a encruzilhada exausta a carne quase, quase, quase, arrulhada onde o desejo envenena com o seu cheiro húmido.
Bebe-se de entre o lodo que ataca e devora a boca com as suas seivas que não passam de teias...
sempre abertas.
Ao lume fala-se baixinho e olha-se demoradamente porque as curvas possuem sabores que inundam a boca com densos aromas. Tolhem-se breves orbitas e este cíclico inflexível extraia o fogo. O cheiro intenso, a ostra visível pressente o sal e despe-se na língua agresta que pouco a pouco lambe… e eu escrevo-te quase a sentir toda a saliva que dos lábios partiu sinuosamente…
Na minucia dos gesto as gotículas de água lambem as barbelas, a mariposa é uma racha no vício da acidez que bate com a língua na pele perpendicular obliqua fria líquen no balbucio dos ciclos pegajosos de um tubérculo que incita bebedeiras e onde a fuga é sempre a falésia, o miradouro, a avalanche que se dilata procurando alinhamentos fundos na tempestade labial que a atravessam. O mar se esquece das trevas e as serpentes possuíam língua a mesma que golpeia o estreito golpe onde o sol é uma pequeno interior húmido e escuro mas onde todas as portas escorregam e das mãos dos amantes a aberta é uma ardente madrugada.”

Luísa Demétrio Raposo, do meu livro " al mojanda"



"O olho do cu é o charco na massa solta a arder na translação boémia. Um porto, ensopado. A ribeira, almejante, almo janda, al mo janda, em torno de um ponteiro descalçado. Um território, aceso, coberto de musgo, cintilações, mugidos, e de odores que aceleram os vocabulários nos lagos pelos sexos engolidos. Nos roucos roncos do pénis que gulosamente grita de entre as peçonhentas substâncias da terra coberta de chuva."

do meu livro "al mojanda"

"Odores na revolta e o latejar brunido é um segredo fêmea foram sempre entre os caules húmidos, escondidos na íntima nudez, no infinito da rosácea, onde se encurvam as mãos e os sexos empolados se encharcam e abrem irradiações inexplicáveis.
É amargo o deserto que a pele concede á luxuria, a que se ergue e me morde, tropeçando em lugares, aqui e acolá e que serpenteiam entre a vagina, gemente."

do meu livro "al mojanda"

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

horda o corpo


O foge ensina às letras o soterrar imperceptível. Acaroa-se. Imagina-se e lambem-se toda a explosão que detém o sémen acorrentado, mudo, no interior do corpo que se masturba a cada debruçar que respira e grulha. O prepúcio que a boca suga, as águas que lambem e pela negra engolem tudo na revolta doada da língua em chama lenta, o repetir dos planos em rodapé. Ele geme. E sobre os lábios a pauta escarlate aquece a pele dos veios que se refalsam de entre a intensa chuva que sai tacteando todo o dorso penial.


A palavra húmida no desejo projecta-se, a terra, acesa acende a necessidade estendida. Renascem lodos. O sexo desaperta o sangue. Desintegra-se a braguilha, a imagem ergue o pénis que repousa à sombra soerga. O escorregar alarga o corredor e da boca onde o sal anda sobre os gemidos, sugam-se paredes que um céu contrabandeia de entre o precipício recortado do lábio ancorado ao porto que tropeça nos enormes pentelhos…


* pertence a JAGUANA, luísa demétrio raposo, 2014