quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Ala mada



"O tremeluz a humidade da rua sobre, acende a inocência do soalho. Embate na boca. Arde pia de entre o sexo meio aberto meio penetrável; a exasperação nua ao fascínio eclode; sobre a pele, levanta voo, um pássaro e vagueia-se pelo travo a língua. Marulhares, às nuvens devem perturbar. Ousar rejeiras a cal à aberta que conheço. A vulva a liquefacção onde todos os pássaros húmidos pousam a deliquescência a boca e o poema existe em simultâneo languescer. O sentir naufraga. O cais. A lentidão sobre a transumância: escreverei. Fora de ti. O corpo ave: o grande interior, um excesso que desliza, por vezes sangra e coincide com o cretone aterrado. a embriaguez  é um desvio inacessível, e penso em nada desaguar…"

Luísa Demétrio Raposo




* a foto é retirada da net, desconheço autor