sábado, 17 de janeiro de 2015

do meu livro AMMAIA





A vulva é um escrito de entre um deserto violento, um orifício bárbaro, o contorno safra, a carne improvável que renasce leituras e que a boca desmata na imagem, incidindo sobre o sexo infindável e quente onde a palavra lateja e escreve sombras até encontrar circunstantes. Fode-se, bebe-se

de entre eruditos pentelhos que atracam as seivas co) abertas, no lamber absorto ao lume que orbita no orvalho a meio das coxas.


A boca é toda uma serpente que no sexo se arrastra ora depressa, ámen, orando carpia a carne erecta, masturbando-se na saliva e ascendendo o rastro das águas obducto de hóstias ou de sémen. Na conflagração prossegue com o texto, na micção a narrativa é fraga, um acanhonear laranja ao encontrão e do pretérito arvoa o gemido letalmente, deixando-nos a paz.

Luísa Demétrio Raposo

Sem comentários: