sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

"O broche é oralmente escrito e é lambeado à sombra pelo ogro que me resgata ao coloquial. A bestialidade, silva a safra retém. O solferino sobrechega agora e eu, um abisso inferno, o momento em que o corpo morre e tudo explode. E, aqui e para sempre, sem noite, sem dia, dia sem noite, e sem um fim, mas tão-somente o que amplo às faíscas habita.
Imorredouro, tal como um início onde se vivem milha...
res de vidas em um, só devir. O averno que suplanta pressa e se forma púcaro vazio no poema do qual já se perdeu o implícito submergir nos temas escritos e nas palavras que arvoam no papel que, ora semimorto ou semivivo dita imparável a máquina que pensa e enclausura-me.
O coração relumbra, vianda, o tripulante revolucionário a opar seiva, execrado, o uivo sifilítico anódino buscante que aumenta no seu volume a carne. Acarminado range e expande-se, força ulular, a ardina poça que mainça e narra pela página a frase adentro."
Luísa Demétrio Raposo
in "A Ilha"

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