sábado, 30 de maio de 2015

A ira do sol ao meio-dia sangra-me na cara robusta. A papoila de encontre a palavra desabrocha, incendeia, confunde, perturba desencadeando toda uma dileção avassaladora, mais devasta que o fulgor do sol quando grassa.
O escuro do olho o expandir absorve ao sangue capitoso, e dinamita a euforia das mãos que se estiram para erguer a duração e sobre elas, em cada uma delas a fúria acesa dentro da exaltação erode.
O escarlate durativo e inumerável, a inteligência de um fogo que tanto de dia como de noite está sempre na parte de fronte e de dentro para fora. Em toda ela, um exalçamento, e esse exalçamento é a distância rasgada à menstruação entre um fundo concubinário onde o pensar sangra e de forma brutal pelo meio das ancas, entre as coisas, o mundo e de onde e desde menina, sangro milhares de milhões de papoilas.

 

Luísa Demétrio Raposo

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