quinta-feira, 25 de junho de 2015

a hora da papoila


 

 

Na racha o perpendicular, líquen, a segregação dos ciclos clandestinos da natureza. A fuga é a falésia, um miradouro, avalanche que se dilata procurando alinhamentos fundos na tempestade corporal do enxofre alarme que um sexo incendiado produz.

Então;

O sangue rasga-se-me. E o menstruar sobre o corpo fel cabalista. A margem incha-se-me no troço, na sombra líquida e na palavra permanece. Da vagina brota-se-me a tinta fresca a insónia de um deserto pequeníssimo que cospe o desabrochar tecido em gotas, a recordação viva da vida para que eu possa sobreviver a séculos e séculos de estrondos submersos e persistentes fogos.


 

 

Luísa Demétrio Raposo
 
 
 
 
 

Sem comentários: