quarta-feira, 23 de setembro de 2015

ORAÇÃO IX




Quero o que não vem na pele, um par de sombras no auge engomadas no silêncio dos pentelhos onde o cio entra e ausculta em chão delirante, onde afloram os sentidos e a escuridão perfura fossa o orifício a contorno da leitura que desata da imagem, e fecha-o numa só cunhada na carne que alisa para lá do ânus onde o precipício sepulta nas catacumbas o que espanca e solta na carne encostando ao intestino o orgasmo, o único Deus que sempre aparece descalço, e é no seu aparecimento que eu desapareço e só se pode desaparecer após o antes que foi ejaculado.


Luísa Demétrio Raposo





*foto Mercurial Ramblings
 

Sem comentários: