terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Para a mulher que se torna proibido escrever sobre e sob sexo as mãos tornam-se todo o inevitável, carne e sangue o desatino de milhares de milhões afluentes. O lamaçal deita-vos ao charco incandescente, à exuberância do escarlate em cena, à cova peregrina, pequeno quarto em toda a oposição culpada. O pensamento passa à metamorfose, o continuar, prepúcio grande e deserto que a palavra despe à aparência ficando entre ela integralmente nua na rendição total do que lhe rebenta à boca do útero.


Luísa Demétrio Raposo,
in O Livro das Sombras


Sem comentários: