quarta-feira, 13 de abril de 2016

álea


A carne a essência elevada que ergue a precisão em desespero do céu. O sexo, o deus paralelo ao prazer, um verbo possante. O corpo após corpo a oferecer guarida ao coito. A seiva franca nada-lhe ao ouvido na dupla que os dedos anseiam. Um pénis, Astro. Quero esconde-lo, primeiro na boca, depois entre os seios, esconde-lo a meio lodo e fornicar em desespero, com força e sem ponta de vergonha, alcatroando-o até ao ultimo empurrão em que a imagem eclode e a sombra cheia enegrece inteiramente os pentelhos desgrenhados.
Luísa Demétrio Raposo
in pássaros de ferro


6 comentários:

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

Eu falo por metáforas:
Meu falo por metáforas, Se faz teu.
Eu falo de forma majestosa
Meu falo de forma majestosa, é teu.
Teu corpo recolhe o que eu falo
Teu corpo acolhe o meu falo.
Eu falo de forma explícita que te amo
Meu falo, de forma implícita, me torna teu.
Integralmente teu.

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

Fiquei sem palavras ao ler-te em meu blog. Fiquei mudo. Lendo essa pérola.
E, claro, humildemente, ofereço um poema antigo.
Obrigado pela generosidade da aula gratuita.

Luisa Demétrio Raposo disse...

grata, a ti, Pequeno Delitos Renovados!!
grata pelo teu poema, belas metáforas... belas...!

abraço

madagascar2013 disse...

Que continues sempre..."com força e sem ponta de vergonha".
Abraço

Anónimo disse...

Todas as insinuações de uma foda prometida.

PEQUENOS DELITOS RENOVADOS disse...

"Vim aqui tirar de tua leitura
O doce clamor de minha ventura
Ao ler-te vejo palavras desgrenhadas
Vejo estilo e figuras desenhadas.

Tua poesia é prosa, tua prosa é poesia
É o puro engenho camoniano, é magia
E mais que magia é caminho de luz, é norte
És doce poeta, o delírio de minha sorte."