terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

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  1. Chove. Báton e rouge, a era de o ter saído.
    A sombra original, toda a fisionomia inata dos anfíbios. O homem e um pénis em respiração conjunta. A abundância dificilmente explicável, onde vem bater o sol, colossal. A escultura que permite todos os pormenores gigantescos em abastada exibição quando a boca grande incarna selvagem, via um inchaço trazido que à voz amarga.

  1. A insipidez de viver só e contra as mãos que escrevem. Os outros entre o fogo e o meu sangue, a chacina. Litros de água.
    Amargurada pela insatisfação da ordem. Obrigada. A senhora gorda que aparenta ser calma. Os nomes barulhentos, a desculpa monstruosa e futurista, o hostil patriarcado.
    As mãos na boca ao longo da vida deformaram-me a carne, dilataram-na.
    Sabem, o ventre de uma fêmea é um local sagrado. O grande eclodir na garganta dera-me filhos e a natural ligação ao di
    vino. Tudo o resto mais se parece com um miado, lugares mudos entre a testa raspada, à falta de um único pentelho, uma anomalia de grupo, a vida inteira sob atenção, a compostura amável da água mineral. A cona indecifrável.
    Inevitavelmente, depois disto, eu só imagino frases expletivas, todo o ardor do inferno. O sexo quente em céu nublado, viril e decomposto, colocar fim a todos os ciclos admoestados. Cabelos em redor da vulva que encaracolavam.
    Ser, o animal. Escrever a quatro patas.
    Aumentar também a boca e as costelas contra o pelo entre as linhas fartas das presas, uma segunda mão. Há dentro de mim um novo desejo de destruir. Atar é um só movimento. O sentido inverso, ou um mundo subterrâneo, a ligação à natureza selvagem, Eu alma.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

ADVERTÊNCIA




Cuidai com o que vós leres por aqui, pois não encontrais nada em vosso benefício, somente alguns talheres, textos cansados e por refazer, e eu estou a ficar farta de ser denunciada  pela vossa desmesura que por mim não fora convidada.

É que eu estou a ficar cansada da dissolução e de repetir sempre os mesmo gestos entre o sal.

Estou cansada, a escuridão sempre à escuta de gritos e a meio da paisagem vincada, os vossos olhos oblíquos em desarrumação, a página a descoberto, e em aberto. Queimada.

E cada vez que alcanço o fundo introduzo nele a mão, volumes de água, e por detrás de cada par de calças, dependentemente do órgão desenvolvido ou invulnerável, existe sempre a mesma confusão. A falta de, a boca procurando conter as coisas que acontecem ao encalço da berma. O gotejar monossílabo, a energia, que, quanto mais salgada, mais despeitada fica.

2_ AMÂLA AMMAIA

  1. Nós, múltiplos, excessivas vozes.
    Eu, o dia que quebra, se formos a noite quando diriges calada, a balaustrada. A ponta do sangue que a morte anula.
    A língua, correspondente, quer, queria desenvoltura, a pele e o que se mistura ao beber da entrada. E tu só pensas, aquela desordem, atirar o sexo pelo teu.
    O dentro intolerável. O mesmo lugar em ti, a febre de quem sente tudo e assinala táctil, a pontualidade do ferro.
    As bocas de mãos dadas.

    É natural o que sinto, e o tudo o que sei aflorara em rasto espesso. Senti-a.
    Façamos nós, foder. O sexo de encontra a exterior. Incoctível e avassalador. Mutua posse, o incerta ao, decerto cair, invocar ou talvez não, à pouca gravidade da calçada em absoluta naturalidade, revela todas as coisas práticas que em hora de conflito e recíproco calor, roçagam fisionomias a extraforte.
Merchants of white meat, 1997, by Jan Saudek:

*photo Jan Saudek

in Amâla Ammaia

Há em tudo o que escrevo uma explosão. Há palavras onde é mais acentuada a escuridão, e em todas emanam paragens violentas, tal como sugere a ardência e a fome o exige, e eu só me alimento do que inflama e arde.
E sou eu, é tão evidente. Um texto. A massa brava, abrasa-mo pó, sublimando criaturas, animais, larga em fronte alta. Quatro patas, e as duas, pousadas.
Ah, o prazer liso, um caralho sem rugas, e ambos gostamos de, um tudo-nada, gemer, definir a contorno entre a mão livre e a carne encharcada, onde a baba se propaga, e o selvagem amanhã pelos golpes em abandono. Onde tudo cresce, pouco ou nada comum.


Jan Saudek:

photo Jan Saudek

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Um poema, um gaio, um relâmpago em papada. Um sem abrigo no fluído que ferra, e uiva. É língua em tensão delicada.
E no final? O poema é uma vulva onde nada se queima e tudo arde. A sepultura, era dos húmidos aromas que sempre é excluída à violência da autopsia.

[Celedonio Perellón]; Jan Saudek - 1998 - Catawiki:

*photo Jan Saudek

O menstruar pertence à Lua, ao útero, atmosfera amniótica onde eu boiara, local de aparições onde o escuro e a eminência ressuscitam em lava.
A multidão entre as pernas, um astro, exibição, o protestar.
O sangue ostensivo, numa cama grande de casal expressa; a noite, o efeito grosso. (novo livro a trabalhar)
Lua Cheia é responsabilidade, o factor, ser mulher. E fiel sob a oração, o ventre alma, um lobo. Uivar.Jan Saudek-  Sus fotografías en blanco y negro (las cuales empezó a colorear a mano en 1977) son de un erotismo grotesco e inquietante.:



photo Jan Saudek