sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

ADVERTÊNCIA




Cuidai com o que vós leres por aqui, pois não encontrais nada em vosso benefício, somente alguns talheres, textos cansados e por refazer, e eu estou a ficar farta de ser denunciada  pela vossa desmesura que por mim não fora convidada.

É que eu estou a ficar cansada da dissolução e de repetir sempre os mesmo gestos entre o sal.

Estou cansada, a escuridão sempre à escuta de gritos e a meio da paisagem vincada, os vossos olhos oblíquos em desarrumação, a página a descoberto, e em aberto. Queimada.

E cada vez que alcanço o fundo introduzo nele a mão, volumes de água, e por detrás de cada par de calças, dependentemente do órgão desenvolvido ou invulnerável, existe sempre a mesma confusão. A falta de, a boca procurando conter as coisas que acontecem ao encalço da berma. O gotejar monossílabo, a energia, que, quanto mais salgada, mais despeitada fica.

2_ AMÂLA AMMAIA

  1. Nós, múltiplos, excessivas vozes.
    Eu, o dia que quebra, se formos a noite quando diriges calada, a balaustrada. A ponta do sangue que a morte anula.
    A língua, correspondente, quer, queria desenvoltura, a pele e o que se mistura ao beber da entrada. E tu só pensas, aquela desordem, atirar o sexo pelo teu.
    O dentro intolerável. O mesmo lugar em ti, a febre de quem sente tudo e assinala táctil, a pontualidade do ferro.
    As bocas de mãos dadas.

    É natural o que sinto, e o tudo o que sei aflorara em rasto espesso. Senti-a.
    Façamos nós, foder. O sexo de encontra a exterior. Incoctível e avassalador. Mutua posse, o incerta ao, decerto cair, invocar ou talvez não, à pouca gravidade da calçada em absoluta naturalidade, revela todas as coisas práticas que em hora de conflito e recíproco calor, roçagam fisionomias a extraforte.
Merchants of white meat, 1997, by Jan Saudek:

*photo Jan Saudek

in Amâla Ammaia

Há em tudo o que escrevo uma explosão. Há palavras onde é mais acentuada a escuridão, e em todas emanam paragens violentas, tal como sugere a ardência e a fome o exige, e eu só me alimento do que inflama e arde.
E sou eu, é tão evidente. Um texto. A massa brava, abrasa-mo pó, sublimando criaturas, animais, larga em fronte alta. Quatro patas, e as duas, pousadas.
Ah, o prazer liso, um caralho sem rugas, e ambos gostamos de, um tudo-nada, gemer, definir a contorno entre a mão livre e a carne encharcada, onde a baba se propaga, e o selvagem amanhã pelos golpes em abandono. Onde tudo cresce, pouco ou nada comum.


Jan Saudek:

photo Jan Saudek

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Um poema, um gaio, um relâmpago em papada. Um sem abrigo no fluído que ferra, e uiva. É língua em tensão delicada.
E no final? O poema é uma vulva onde nada se queima e tudo arde. A sepultura, era dos húmidos aromas que sempre é excluída à violência da autopsia.

[Celedonio Perellón]; Jan Saudek - 1998 - Catawiki:

*photo Jan Saudek

O menstruar pertence à Lua, ao útero, atmosfera amniótica onde eu boiara, local de aparições onde o escuro e a eminência ressuscitam em lava.
A multidão entre as pernas, um astro, exibição, o protestar.
O sangue ostensivo, numa cama grande de casal expressa; a noite, o efeito grosso. (novo livro a trabalhar)
Lua Cheia é responsabilidade, o factor, ser mulher. E fiel sob a oração, o ventre alma, um lobo. Uivar.Jan Saudek-  Sus fotografías en blanco y negro (las cuales empezó a colorear a mano en 1977) son de un erotismo grotesco e inquietante.:



photo Jan Saudek