terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Nota Desprendida



A noite já dorme na planicíe encostada tal e qual o meu sonho de paz e esquecimento, junto ao luar sentei-me tristemente, trágica voz rouca do vento que passa por mim levando o meu inconsiente imortal...
Ermos os pensamentos que em mim se rasgaram, no teu mundo onde por vezes te desesperas, entre sombras e quebrantos, feitiços e encantos...
Sei, sim eu sei que teu coração se arma em valente numa humilde fé, numa esperança de sentir um reflexo da minha alma na tua...
Longo foi o tempo em que a cegueira ignorei e em ti acreditei, num tédio extremo, num viver que foi magoa e tu não sabes o quanto doí a certeza de um espiríto enublado... Só quem ama entende.
Atravessei o escuro, um mundo estranho, atravessei a dor e a magoa, aceitei o meu queixoso e incerto sentimento por entre formas da noite com quem por vezes ainda hoje falo.
Sei que não entendes, nem nunca entenderás o quanto por ti me engolfo ainda hoje no nocturno mundo...
Interrogo o infinito e choro na convulsa de um tormento saltando num soluço magoado e fundo...
Mas para além desse meu vacúo tenebroso existe a luz bela da vida, ampla que emerge a custo desse meu mundo morto mesmo quando o pensar me leva até ao absorto...
Vem a ilusão e quebra todo o meu vazio universal...
... e termina ali o meu pequeno ser e renasce num olhar toda uma suavidade natural...

* foto retirada da net

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