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"É urgente meter a língua na abertura onde se entalam poemas e permitir à brecha o escrever e o penetrar. É preciso transpor tudo, num devorar verbal. Desorbitar a literatura mundana demasiado casta e obscena. É necessário rasgar a acomodação e permitir à Poesia foder até que a carne escreva o que preenche um sexo entre as raízes húmidas numa qualquer fenda que amamente a escrita."
Luisa Demétrio Raposo
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