sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Correspondência [entre a Rosa Genital e o Pénis Astro]


O meu tesão é uma bolha, entre as duas nadadoras velocíssimas.
Na mão, da mão, descem a rósea, nadando as duas como loucas, entre os varais nus do meu sal, sôfrego e tão profundo...
Escrevo-te num desossego, estrangulado, desta minha ansia que me lavra o sexo.
Escrevo-te do meu fogo.
Escrevo-te porque gosto do sabor, incomparável do charco branco.
Imagino-te o rosto, extático debaixo do raio ardente, escondido em confins indolentes desta carta.
Estou perto de ti, e estou longe num pregaminho, secreto e imenso.
O que quero?
Somente o teu beijo, animal, perfeito e suave. Que nos meus lábios sabe a... fruto repousado... descascado... bravo, contendo tudo o que me é destinado a uma felicidade, inteira ...
Apaga-se a saudade, acende-se o desejo. Espiríto na fogueira, nele tudo ouso sem malicia, na alma. As colinas justapostas inclinam-se na embriaguez da mão, agora queimada.
Irei morrer imensamente, no terramoto arrastado, no céu da, nua, boca... nesse beijo selvagem...
Estalam-se os limbos, cúpulas de beijos, os lábios na grande aberta, encarnados.
Escancarados.
Rodeam-te...
O sussurro abre os olhos, nua a folhagem pálida, toda metida na voz, que é tua, esse grande sopro imóvel de esfera efémera...

beijo

Sempre tua

Rosa Genital

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