sexta-feira, 19 de outubro de 2012

 
 


– Porquê cantar se podemos gemer!?
Penso a noite molhada!

[tentando perturbar o fogo que voa em mim]

...
O som, extenso dos dez dedos nus, que pelo stique
da respiração inspiração escorregam, lambendo-me
num bárbaro caligrafar, a suspensão de um espaço lento,
distraído no jogo da pele, no rego, a confundir. Me.
Somente u pintor orgástico sobe pela (minha)
selvática voluta. Exalando o meu nardo sentir...
Vejo as colinas dos dedos, descalços, as minhas
paragens salgadas, onde sustém o furor que se adivinha
entre si. Entre mim!
Surgem as ideias, por linhas quentes, que une o
ar em labaredas libertinas.

– O dedo estala em cima dela...!

Desejo corre. Corre desejo, e devora depressa,
em si mesmo, procurando transcrever o que o corpo,
no meio, em amplos bebedouros, permite.
O grito fracturou a ingénua vacilação, o cio, e o
texto excitasse a si próprio , na mão que o detem abrutamente,
no flagelo alto ao ritmo.»

in NYMPHEA

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