" Existem mundos num
corpo. Árduas luas que se exaltam por uma porta a meio do terrível espaço, a confusão.
Evapora-se o centro e o mundo abranda em soneto, onde com
evidencia sinto a presa na carne, a que me prende ao lugar, com dentes ponte
agudos deixando-me em transe o espaço, a
congerminação exaltada da minha realidade, translúcida, aqui, tão viva, fora de um nu outro lado, o mundo
onde o sol é arrancado ao espelho, onde se pousa o meu corpo, e passa ao Ser,
paisagem, diáfana, recuscitando todo o
fogo, ávido meu corpo fixando os
sorvedouros, os Astros ao tremulo da
minha pele…
O corpo fermenta matéria e mil pontas no destroçar da mão garra.
A dor das coisas é o medo fremindo. O que sinto para além da carne, nos ralos
do sangue, no tragar da respiração entre os elementos vivos. Eu o instrumento
da matéria que arranca á língua o rosto e os olhares que aspiram-me em
ilusórias conspirações, pensativos os outros passam pela minha rua e me aspiram
sem saber, me respiram no querer escorar, encurralar nas gradações da mente á qual obedecem em
aterragens inconsequentes…
Luisa Demétrio Raposo
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